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Epidemia da Solidão: O isolamento social e suas consequências

By 15 de agosto de 2024Blog

A “epidemia da solidão” é o crescente sentimento de isolamento e desconexão social experimentado por milhões de pessoas ao redor do mundo. Esse fenômeno tem profundas implicações para a saúde mental e física, além de gerar impactos sociais e econômicos significativos. Suas causas variam desde o uso excessivo de tecnologia e redes sociais até mudanças nas estruturas familiares e padrões de relacionamento. Fatores como a urbanização, mobilidade geográfica e estigmas relacionados à saúde mental também contribuem para esse problema, que foi exacerbado durante a pandemia.

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Foto de Omar Ramadan

O isolamento social afeta especialmente os jovens. Uma pesquisa realizada por Vivek Murthy revelou que o tempo que os jovens passam com os amigos diminuiu em 70% nas últimas duas décadas. Além disso, a solidão está associada a um risco maior de doenças cardiovasculares, demência, AVC, depressão, ansiedade e morte prematura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a gravidade do problema e, no ano passado, criou a Comissão Internacional para a Conexão Social, com o objetivo de combater essa epidemia nos próximos três anos.

O impacto da solidão pode ser observado em várias áreas. No Reino Unido, por exemplo, o serviço Open Table, que permite reservas de mesas em restaurantes, registrou um aumento de 60% nos pedidos de mesas individuais na última década. Esse crescimento reflete o aumento do isolamento social e a necessidade de conexão humana.

 

Felizmente, iniciativas estão surgindo para combater essa desconexão. A plataforma Meetup facilita a criação de grupos locais com interesses comuns, incentivando encontros presenciais. Essas atividades, que variam desde caminhadas até workshops de desenvolvimento pessoal, ajudam as pessoas a formar novas amizades e conexões sociais significativas. Outra iniciativa é a Freebird Club, que promove a conexão entre pessoas com mais de 50 anos interessadas em viajar ou ajudar outras pessoas a explorar suas regiões. A rede já conta com mais de 12 mil membros em 35 países.

No Brasil, a startup Rhanii prepara pessoas para acompanhar indivíduos com mais de 50 anos que enfrentam a solidão. Essas iniciativas são exemplos de como a sociedade está buscando soluções para combater o isolamento.

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O combate à solidão também passa pelo uso da tecnologia. Na Coreia do Sul, o Ministério da Igualdade de Gênero e Família introduziu uma abordagem inovadora para ajudar jovens entre 9 e 24 anos que se tornaram socialmente reclusos durante a pandemia. Aqueles que voltam a participar de atividades sociais recebem uma recompensa de US$ 500 mensais. Esse incentivo financeiro visa reintegrar os jovens na sociedade, promovendo o retorno ao trabalho, estudo e eventos sociais.

Além das iniciativas governamentais, a tecnologia está sendo usada de outras formas. O “Friend“, um colar com inteligência artificial, interage com o usuário, oferecendo companhia e até fazendo comentários sobre histórias e fofocas. Ele também envia mensagens positivas em momentos de necessidade. Outro exemplo é o “Lovot“, um robô que imita os comportamentos de um animal de estimação, interagindo com humanos e proporcionando conforto emocional.

Em Alagoas, o ecoturismo tem se mostrado uma alternativa eficaz para promover a socialização. A agência Nativus Ecoturismo organiza trilhas em grupo, oferecendo a oportunidade de explorar a natureza enquanto os participantes interagem e compartilham experiências. Já a agência Partiu Excursões promove viagens e eventos com grupos de interesses comuns, incentivando a formação de novas conexões.

Para a população 60+, o clube Vida Criativa oferece oficinas, passeios e viagens que estimulam a cognição e o bem-estar. Com essas atividades, a solidão é combatida de maneira eficaz, criando um senso de comunidade e pertencimento.

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A introdução de companheiros artificiais como solução para a solidão levanta questões importantes. De um lado, esses dispositivos oferecem apoio emocional sem julgamentos, o que pode ser atrativo em um mundo onde o isolamento é crescente. Por outro lado, a dependência dessas tecnologias pode agravar a desumanização, ao substituir interações humanas ricas por interações programadas. Embora a inteligência artificial seja avançada, ela ainda não consegue replicar a complexidade das relações humanas autênticas. Portanto, é crucial equilibrar o uso de tecnologia com a promoção de conexões reais e significativas.

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