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As inovações do varejo na pandemia

By 8 de julho de 2020 março 24th, 2022 Blog

A pandemia da Covid-19 pegou todo mundo de surpresa. Todos os setores foram impactados pelas medidas sanitárias e tiveram que se adaptar rapidamente para continuar em operação ou até mesmo poder atender no chamado “novo normal”. 

O setor do varejo, que contava muito com experiências de compras presenciais tiveram que enfrentar uma dura realidade diante deste cenário. Quem já tinha iniciado as vendas no comércio eletrônico, sem dúvida, sofreu menos para redirecionar as estratégias. Inclusive, segundo dados da ACI Worldwide Research, as vendas do comércio eletrônico no mundo foram 81% maiores em maio deste ano, se comparado com o mesmo período do ano passado. O Brasil também registrou crescimento. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, entre março e abril deste ano, as vendas por e-commerce cresceram 41% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso sem contar a venda por plataformas, como whatsapp, que não necessariamente entram nesses dados.

O comércio varejista, em todo o mundo, percebeu que não dá mais para adiar as inovações, principalmente porque, dependendo do comportamento das pessoas, as medidas de isolamento podem mudar a qualquer momento. Com isso, algumas marcas estão agindo para conseguir aprimorar a experiência de compra do consumidor, mesmo sem tê-lo de forma presencial.

A primeira inovação vem lá de Singapura, quando um shopping da cidade, chamado Suntec City, realizou seu primeiro evento de venda transmitido ao vivo via aplicativo. Do dia 23 a 26 de junho, sempre à noite, os clientes podiam logar e ver os vendedores oferecendo os produtos ao vivo e já fazer compras na hora pelo app. É como se fosse a modernização dos canais e programas de televendas, só que com a possibilidade de interação em tempo real. A ação contou com a participação de 16 lojas do shopping.

The Suntec Shopping Festival

Esta ideia já era utilizada na China, antes da pandemia. O Taobao, maior site de comércio eletrônico do mundo, utilizava live-streaming para vender seus produtos em tempo real e com interação. Ano passado, eles passaram a incluir nos shopstreaming agricultores de todo o país, ou seja, dá pra comprar até frutas e verduras em uma transmissão ao vivo. Mas foi a pandemia que deu um impulsionamento maior nesta inovação chinesa que mescla entretenimento, comunidade e comércio. 

Vendas de produtos agrícolas pelo site Taobao

 

 

 

Acompanhando esta tendência, no final de junho, as Lojas Americanas trouxe a influencer Camila Coutinho como sua consultora de conteúdo para comandar o primeiro shopstreaming do Brasil. Na live transmitida pelo aplicativo da marca, a influencer se maquiou, deu dicas e respondeu a perguntas dos usuários. A cada produto, Camila comentava sobre ele, explicava porque havia escolhido usá-lo e deixava cupons de descontos disponíveis para compra. Isso chama a atenção também para um novo papel do influenciador digital, que é mostrar seus conhecimentos sobre o nicho que atua, ao vivo e com a interação. 

Shop Live da Currys PC World

Outra inovação dentro desta mesma tendência é o investimento das marcas em sua equipe para se adaptarem a este estilo de venda. A marca de cosméticos Forest Cabin, de Xangai, treinou o time de vendas para aparecer em seus vídeos.  No Reino Unido, a varejista de eletrônicos, Currys PC World, lançou seu shop live que permite  que os clientes  conversem  com vendedores especialistas via vídeo para tirar dúvidas sobre os produtos antes de realizar as compras. Ações parecidas também foram tomadas por lojas de departamento britânicas como John Lewis e  Selfridges.  De fato, é uma reinvenção generalizada, com investimento em tecnologia e desenvolvimento de novas habilidades para vendedores, mentores de tecnologia, e que proporciona até o surgimento de novas profissões.