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Craftcore: a tendência de moda que valoriza o artesanal

By 19 de fevereiro de 2024 Blog

Há algum tempo a valorização de produtos artesanais está em crescimento. Mas, este ano, há movimentos que mostram que esta valorização vai aumentar. Batizada de Craftcore, a tendência promove a  redescoberta do valor das marcas locais e dos produtos artesanais. Aqui no Brasil, por exemplo, o mercado artesanal movimenta em torno de 50 bilhões de reais por ano, o equivalente a 3% do PIB, segundo dados divulgados pelo Sebrae

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Os sinais de que a tendência está em ascensão podem ser percebidos por meio da adesão de grandes marcas a essas produções, gerando uma “luxurização do artesanal” já que não temos a mesma valorização comparando a produção exclusiva de uma marca famosa com a de pequenos produtores regionais que além da habilidade, carregam sonhos e histórias.

Um exemplo disso foi o polêmico lançamento da Prada que levantou essa questão ao apresentar uma sandália de couro feita a mão que é muito similar às centenárias sandálias artesanais encontradas no Nordeste. As peças, com valor aproximado de 4 mil reais, se esgotaram no site da grife rapidamente: esse valor é quase cem vezes mais do que o preço praticado no mercado de artesanato brasileiro.

Sandalias Prada Camel talla 36.5 EU de en Cuero - 23778296

Imagem retirada da internet

Para além da polêmica da Prada, as marcas de luxo estão investindo na capacitação da mão de obra artesanal para incrementar suas criações com peças mais exclusivas e trabalhadas com detalhes que o processo manual traz. O primeiro exemplo que a gente destaca é da Dolce & Gabbana com o “Botteghe di Mestiere”, projeto de formação e valorização do artesanato italiano para transmitir os fundamentos da arte da indumentária às novas gerações.

Na mesma linha, há também a fundação Le Constantine, da Dior, que promove a formação de mulheres na cultura do artesanato local. A marca recebeu o prêmio Craft & Italian Artisanship entregue pela Câmara Nacional da Moda Italiana e a iniciativa de Moda Ética da Agência das Nações Unidas (ITC), juntamente com a Fundação Ellen MacArthur. 

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Já a marca de luxo espanhola Loewe, por meio da Fundação Loewe, promove um prêmio anual em que artesãos de todo o mundo podem se inscrever para apresentar suas criações feitas à mão. O objetivo do prêmio é identificar trabalhos que reinterpretam o conhecimento existente para torná-lo relevante hoje, destacando a contribuição contínua do artesanato para a cultura do nosso tempo. O valor do prêmio é de 50 mil euros.

Imagem da exposição retirada da internet

No Brasil também há diversos sinais da força que essa tendência está ganhando. Um exemplo é a Casa Nordestesse, um projeto, criado em 2021, que reúne moda e design autoral elaborados por marcas nordestinas. As peças de roupas e artigos de decoração são exclusivas e expressam a regionalidade nordestina de forma criativa, resgatando tradição por meio da arte e contemporaneidade. Além dos expositores fixos, o espaço conta com convidados artesãos locais que apresentam suas produções ao público.

Um outro exemplo é mestre Espedito Seleiro, do Ceará, que produz peças como calçados, bolsas, chapéus, carteiras, entre outros elementos da cultura vaqueira. O artista trabalha com materiais naturais e típicos do nordeste e suas criações além de ser vendida na região, também é vendida para outros estados e países, provocando interesse de marcas como Chanel.

Dá para destacar também a marca Isaac Silva, que produz roupas unissex com modelagens inspiradas no verão, com tecidos mais fluidos e frescos, trazendo estampas e frases caracteristicas da Bahia. A alta costura também está presente na identidade da marca através da técnica de moulage com tecidos finos e renda Richelieu, são feitos em handmade pelo próprio estilista Isaac Silva.

Luciano Pinheiro, um premiado artista que desenvolve produtos únicos com materiais reutilizados da natureza. As peças, que utilizam escamas de peixe como paetês e pigmentos extraídos de corantes naturais, trazem um tropicalismo das praias brasileiras, resgatando as tradições e características da arte local. Além disso, a marca também está inserida em trabalhos ambientais e sociais que possibilitam a manutenção da preservação do ambiente local. 

Imagem retirada do site da marca Luciano Pinheiro

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Ainda no final de janeiro deste ano vimos o cantor Justin Bieber usando uma jaqueta da marca brasileira Farm que traz aplicações de crochê estilo colcha da vovó. A peça está à venda no site internacional da marca por R$1.895,00.

Justin Bieber usa jaqueta puffer de crochê brasileiro de marca 'queridinha' carioca

Imagem retirada da Internet

E em fevereiro, duas marcas alagoanas com trabalhos artesanais à base de bordados foram apresentar suas produções em Nova York. Alina Amaral, grife da estilista alagoana que ganhou destaque nacional com seus bordados feitos à mão, e a Pontos e Contos, marca criada por uma associação de bordadeiras da cidade de Penedo, foram selecionadas entre 14 marcas nacionais e internacionais que desfilaram na Big Apple.

Imagem retirada do site Mercatus

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*Imagem destacada de Justin Bieber usando a jaqueta da Farm em Los Angeles