Diante da demanda por proteção ambiental, a indústria da moda, que é uma das mais poluentes do mundo, está buscando alternativas para ser mais sustentável. Uma das mais viáveis é o mercado de usados. O que antes era descolado, só utilizado por uma pequena parcela da população que frequentava os brechós, agora virou negócio de grandes marcas, incluindo as de luxo, e está movimentando quantias bilionárias.
No Brasil, o mercado de reuso já movimenta R$ 7 bilhões por ano. De acordo com um levantamento do Sebrae, com base em dados da Receita Federal, a abertura de estabelecimentos que comercializam produtos de segunda mão teve um crescimento de 48,58%, entre os primeiros semestres de 2020 e 2021. Por isso as inovações estão a todo vapor.
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O primeiro exemplo é a marca de luxo britânica Burberry, que graças a uma parceria com o portal My Wardrobe HQ, vai disponibilizar peças de segunda mão da marca para venda e aluguel na plataforma. O consumidor pode escolher entre alugar uma peça por quatro, sete, dez ou quatorze dias e ao final do período de locação decidir se quer comprá-la ou não. Os preços são bem mais acessíveis do que se fosse comprar uma peça nova na loja.
O tradicional varejo francês e ponto turístico de Paris, Galeries Lafayette, também entrou no mercado da revenda e está com um espaço dedicado a roupas de segunda mão. Chamado de LE (RE)STORE GALERIES LAFAYETTE, o local tem 500 metros quadrados e está localizado no terceiro andar do edifício principal da cúpula. Lá, os clientes podem comprar, vender, reciclar seus itens, aprender a cuidar deles e fazer com que durem mais tempo. A loja tem tanto peças acessíveis, quanto de luxo, com uma seleção de marcas jovens que usam apenas materiais reciclados.
O terceiro exemplo vem do Canadá, a marca esportiva Lululemon lançou este ano o seu programa de troca e revenda. Chamado de Like New, o programa permite que clientes troquem itens Lululemon usados anteriormente por um cartão-presente em qualquer uma das lojas do varejista que ficam nos Estados Unidos. Eles também podem comprar de uma seleção de itens usados em uma página separada no site do varejista. O programa foi testado primeiro do Texas e devido a seu sucesso, expandiu para todo o país.
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A Guess fez parceria com a Homeboy Recycling para auxiliar no processo de reciclagem das roupas. A cada 5 itens de vestuário de qualquer marca trazidos pelo cliente, ele recebe um desconto de 15% para a próxima compra. Os itens são então enviados para a Homeboy Recycling, com sede em Los Angeles, para reparo, upselling, upcycling e reciclagem.
Já a marca de roupas de frio Patagônia, já conhecida por fortes ações de responsabilidade socioambiental, lançou o programa Worn Wear, que dá a oportunidade ao consumidor de comprar itens de segunda mão ou levar o seu próprio casaco e trocar por um cupom de descontos que pode ser usado para comprar um outro. A peça usada entregue vai ser tratada e colocada na revenda.
Um outro exemplo é a Galax, uma plataforma focada na Geração Z que vende roupas de segunda mão em sessões de transmissões ao vivo. Os usuários cadastrados já olham o marketplace e selecionam os itens de interesse. Quando começam as sessões de lives, eles podem comprar o produto, diretamente do vendedor, que é o atual dono da peça, tendo noção exata do que está comprando e de quem. Nas lives, dá para perceber detalhes de caimento e corte que não é possível nos sites. A plataforma inovadora fala com uma comunidade de pessoas apaixonadas por moda econômica, peças recicladas e marcas de butique.
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