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Proibição dos celulares nas escolas

By 22 de janeiro de 2025Blog

Com tanta tecnologia e a infinidade de aplicativos, é difícil imaginar a vida sem o celular? Parece que ele virou um item indispensável no nosso dia a dia. Hoje é comum chegar a um restaurante e encontrar cardápios em QR Code. Precisamos do celular até para pagar a conta, com carteiras digitais facilitando tudo. E tem mais: usamos aplicativos para nos deslocar de um lado para o outro, pedir comida, organizar a rotina, trabalhar… A lista é interminável!

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Imagem retirada de banco de imagens da internet

E existe um nome para o medo de ficar sem celular? É a nomofobia, ou “no mobile phobia”. Esse termo descreve a ansiedade ou o medo de não ter acesso ao telefone ou à internet. Essa questão está cada vez mais em evidência, já que o uso exagerado dos smartphones tem gerado desafios importantes. Entre eles, podemos citar a dependência emocional e psicológica que muitas pessoas desenvolvem. 

Mas hoje, queremos falar sobre os riscos dessa dependência, especialmente para os jovens e crianças. Por isso, vamos abordar um tema muito debatido ultimamente, a proibição do uso de celulares nas escolas.

Inclusive, este ano foi sancionada a lei que regula o uso de dispositivos eletrônicos portáteis, como celulares, por estudantes nas escolas públicas e privadas da educação básica, proibindo o uso de aparelhos eletrônicos pessoais durante aulas, recreios e intervalos em todas as etapas da educação básica, exceto quando utilizados para fins pedagógicos. Essa iniciativa foi pensada, diante dos dados sobre o uso de aparelhos eletrônicos. 

Começando trazendo dados, um estudo realizado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) levantou que 25% dos adolescentes aqui no Brasil, são viciados em acessar a internet, por meio de diversos dispositivos. Já no Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da USP,  é comum a chegada de crianças e adolescentes viciados em celular.

E os dados são preocupantes, a Opinion Box apurou que 61% das crianças de até três anos de idade têm acesso a smartphones, e 12% têm aparelhos só deles. Além disso, 95% das crianças entre 10 e 12 anos de idade têm algum tipo de acesso ao celular. Observando esses dados e os impactos do uso excessivo de dispositivos, como isolamento, irritabilidade, déficit de atenção, entre tantas outras, não é surpresa que estejam surgindo diversas iniciativas para a diminuição do uso das telas. 

Um exemplo é o Movimento Desconecta, formado por mães preocupadas com o uso precoce e excessivo de smartphones e redes sociais por crianças e adolescentes. O grupo se uniu com o objetivo de buscar informações confiáveis, adotar uma postura ativa e engajar outras famílias. A ideia é trazer a decisão de volta às mãos dos pais, iniciando uma transformação. Eles acreditam no poder das ações coletivas e buscam inspirar famílias e escolas a se unirem nessa missão. Importante destacar: o movimento não é contra a tecnologia, mas defende seu uso equilibrado.

É a partir de iniciativas como essa que percebemos a crescente necessidade do detox digital.  Observando que 54,8% das crianças de 10 a 13 anos possuem um celular próprio, segundo dados do governo. O foco aqui é possibilitar a construção de conhecimento sem distrações tecnológicas, utilizando atividades analógicas, como a leitura. Um ótimo exemplo nesse sentido é a Leiturinha, o maior clube de assinatura de livros infantis do Brasil. A empresa incentiva o hábito da leitura desde cedo, ajudando as crianças a mergulharem no universo mágico dos livros. Atualmente, mais de 170 mil famílias leitoras em todo o Brasil já participam desse clube, criando uma rotina onde o equilíbrio entre o mundo digital e o real é possível. Incorporar hábitos de leitura ao dia a dia é uma estratégia poderosa para reduzir os sintomas da nomofobia.

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Data Detox Youth printed out

Imagem retirada do site Data Detox X Youth

Outro exemplo interessante é o Kit de Detox de Dados x Juventude, um livro de atividades projetado para ajudar os jovens a controlarem melhor o uso da tecnologia. Com ferramentas interativas, o kit incentiva a reflexão sobre vários aspectos da vida digital, como redes sociais e senhas, por meio de atividades simples e divertidas. Também tem a Nave Digital que tem o objetivo de proteger e preparar as crianças e adolescentes para lidar com a era digital, eles têm um curso 100% online gratuito para orientação dos pais, mas também tem um programa focado nos jovens e crianças para o desenvolvimento da consciência digital. 

Essas iniciativas mostram que é possível encontrar um meio-termo entre a tecnologia e a vida offline, promovendo bem-estar e hábitos mais saudáveis.   

Tem uma produção bem interessante, chamada Swiped: The School that Banned Smartphones, é uma série documental em duas partes da BOLDPRINT Studios, que explora o efeito dos smartphones no comportamento infantil. No experimento, conduzido em parceria com a University of York, alunos do 8º ano da The Stanway School enfrentaram o desafio de ficar 21 dias sem seus dispositivos. Os resultados, acompanhados por especialistas, revelaram mudanças no sono, na concentração, na disposição física, na interação social e na saúde emocional, destacando como a ausência de celulares pode transformar a rotina dos jovens. 

Imagem: Ray Burmiston/Channel 4

O impacto é significativo, visto que 50% de todas as crianças de 9 anos no Reino Unido possuem um smartphone, já 43% dos adolescentes do Reino Unido usam seus smartphones durante as aulas escolares. No Brasil o cenário não é diferente,  86% dos usuários de 9 a 17 anos possuem ao menos um perfil em redes sociais, percentual que sobe para 96% na faixa de 15 a 17 anos. 

Diminuir o acesso a telas para jovens e adolescentes tem sido vista como uma alternativa no combate à nomofobia e a outros transtornos ligados ao uso excessivo da tecnologia. Em um mundo onde o digital está integrado ao cotidiano, a exposição excessiva a telas pode afetar o desenvolvimento emocional, social e cognitivo. Mais do que restringir, o objetivo deve ser educar os jovens a usar a tecnologia de maneira consciente e saudável, criando hábitos que priorizem a qualidade do tempo gasto, não apenas a quantidade. Assim, combatemos a nomofobia e construímos uma geração mais equilibrada, resiliente e conectada com o que realmente importa.

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