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As transformações no mercado provocadas por uma geração que não gosta de rótulos

By 2 de dezembro de 2020março 24th, 2022Blog, Radar

Os Gen Z’s, que é a geração dos nascidos entre 1995 e 2010,  chegaram para transformar o mundo ao redor e a primeira característica é não gostar de rótulos ou definições. E este comportamento está se manifestando na moda e consequentemente influenciando o varejo. Para atender esta necessidade, está acontecendo um movimento de simplificação em alguns processos, sendo lançadas  as chamadas roupas sem gênero ou genderless.

A ideia agrada tanto aos jovens, que vem entrando agora no mercado de consumo, como também as marcas que, devido a crise financeira instalada por causa da pandemia do coronavírus, acaba tendo uma produção mais enxuta, sem precisar criar duas amostras, dois encaixes e ter dois tipos de produto. Outra  questão importante, e que vale ressaltar, é que os consumidores procuram cada vez mais marcas com propósitos, então se fala de sustentabilidade e inclusão. 

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Como exemplo a coleção-cápsula criada pela grife Stella McCartney, que foi lançada este ano, com uma linha de roupas mais utilitárias, como moletons e casacos, que podem ser usados sem ter que escolher entre modelos masculinos e femininos. A coleção, inclusive, recebeu o nome de “Shared”, que em português significa compartilhada, e foi criada para qualquer pessoa que goste das peças da grife e que desejam consumi-las. É uma marca que, inclusive, defende os valores ativistas da sustentabilidade enquanto celebra a positividade e a diversidade. Essa coleção é inspirada no streetwear, e traz peças arrojadas e modernas, aliadas a peças icônicas como um terno e uma trench e jaquetas puffer em estilos lúdicos e ousados. 

Stella McCartney

Já no Brasil, adotando essa mesma linha, tem a Damyller, marca de roupas bem conhecida, voltada ao jeans, e que tem em seu site uma aba para roupas agênero, onde o consumidor pode ver as mesmas peças sendo usadas tanto em homens como mulheres. Os itens vão de camisas, jaquetas, passando por bonés, bolsas e outros tipos de acessórios. 

Damyller Agênero

Outra marca que está investindo nessa tendência, e que é bem conhecida, é a Adidas. Em Londres tem uma loja onde os consumidores navegam nas coleções por função, esporte e estética, em vez de gênero. E em outubro deste ano eles inauguraram uma loja conceito em Nova York toda voltada para a Geração Z, justamente pensando nessa gama de consumidores que não querem ser rotulados. 

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A grande varejista C&A, em 2016, já dava os primeiros passos na linha genderless quando lançou sua primeira coleção sem gênero com a campanha “Tudo Lindo & Misturado”. Mais recentemente, ela passou a apoiar a websérie do apresentador e influenciador Caio Braz, chamada Toda Roupa Pode, que tem como objetivo justamente mostrar a versatilidade das roupas agênero

Uma coisa para prestar atenção é que quando se fala de varejo sem gênero, não está limitado a pensar apenas no estilo das roupas em si, mas também nos layouts das lojas, nas comunicações das vendas online e design, e até mesmo em outros produtos, que estão saindo do convencional. 

Para deixar claro, não é simplesmente uma roupa masculina que caiba em uma mulher, mas sim uma modelagem e estilo que deixe isso imperceptível.  Então, pra encerrar, fica a dica para os varejistas: estejam antenados para esta tendência. Nos anos 60, muitos chamavam de moda unissex. Mas hoje o varejo sem gênero é algo muito maior e mais forte, e com a pandemia, essa tendência veio pra ficar, e em diversas áreas, para um consumidor que quer mais fluidez, e que carrega bandeiras importantes como a sustentabilidade, o consumo consciente e inclusivo.