Todos estão há mais de um ano vivendo uma pandemia e, pelo visto, a situação durará por mais um tempo. E a necessidade do consumidor por saúde mental reflete-se nos dados do Google, que apontaram uma alta de 98% nas buscas sobre o tema em 2020, ante a média verificada nos dez anos anteriores. Além disso, o termo “como lidar com a ansiedade” teve um crescimento de 33% em relação a 2019. E é em cima dessa necessidade do consumidor que os produtores de conteúdo estão apostando numa nova tendência, mapeada pela Wunderman Thompson Intelligence, chamada Calmtainment, que traz conteúdos que estimulam a calma, o autocuidado e a atenção plena em si mesmo.
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O primeiro exemplo vem da Netflix, que lançou, no primeiro dia de 2021, o Headspace Guide to Meditation, uma nova série animada que oferece meditações guiadas e técnicas de aprendizagem de mindfulness para melhor gerenciar as emoções. São oito episódios que ensinam aos telespectadores os benefícios dessas práticas diárias. A série é uma coprodução com o aplicativo de meditação Headspace, que tem 60 milhões de downloads em 190 países.
Mas a Netflix não foi a primeira produtora de conteúdo a aproveitar a necessidade por calma e autocuidado. Ainda em outubro de 2020, a HBO Max e o app mindfulness Calm lançaram a série A World of Calm. São episódios de 30 minutos, narrados por celebridades do cinema como Keanu Reeves, Nicole Kidman e Kate Winslet, que estimulam o relaxamento através de contos projetados para aliviar o sentimento de estresse.
Já a própria HBO lançou, para a segunda temporada da série His Dark Materials, um aplicativo que utiliza gamificação para criar, de acordo com a personalidade do usuário, um animal que faz parte do universo da série. Esse animal passa a incentivar o usuário a praticar técnicas de autocuidado, como caminhar ou correr, estender a mão para um amigo ou reservar um tempo para si mesmo.
Uma outra gigante do entretenimento também inovou. A Disney lançou em seu serviço de streaming, ano passado, o Zenimation. A série pega clipes de animação clássicas da Disney, como Aladdin, Peter Pan, A Pequena Sereia e Frozen, e os sobrepõe com áudio calmante para “um momento de atenção plena”.
A busca por calma e por atenção total está movimentando uma indústria bilionária, mas antes mesmo da pandemia, as redes sociais já tinham conteúdos de ASMR, “Autonomous Sensory Meridian Response”, que seduziam milhões de seguidores. Os vídeos trazem sons de sussurros, mastigadas ou batidinhas para proporcionar uma sensação de relaxamento e formigamento cerebral.
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Com essas inovações fica a provocação: Como seu negócio pode inovar para atender a necessidade do consumidor por calma, relaxamento e atenção total?