Reciclável, reutilizável, compostável são palavras que cada vez mais serão associadas a produtos e principalmente embalagens. Esse movimento deve-se à necessidade dos consumidores por empresas que prezem a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Uma pesquisa realizada pela Economist Intelligence Unit, a pedido da WWF, revelou que globalmente houve um aumento de 71% em pesquisas na internet por produtos sustentáveis entre 2016 e 2020. Além disso, o Brasil foi o país que produziu o maior número de assinaturas em campanhas em prol da biodiversidade e natureza no mundo, com 23 milhões de assinaturas. É uma mudança de comportamento lenta mas que está acontecendo e que os negócios precisam estar atentos.
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As inovações estão em diferentes áreas da cadeia, mas neste texto vamos tratar das embalagens de produtos. O primeiro exemplo vem da Alemanha, onde uma empresa, chamada Vytal, criou um sistema de rastreamento via QR Code que usa recipientes reutilizáveis para a entrega de comidas. O sistema é focado nas pessoas físicas que se registram no app e pegam emprestado a vasilha rastreável. Esse recipiente é enviado aos restaurantes parceiros que passam a utilizá-lo para transportar os alimentos do usuário. A cada operação entre estabelecimentos e usuários, há um registro do QR code para que seja identificado onde a vasilha está. O serviço é gratuito para o usuário, sendo pago apenas pelo restaurante que gasta menos do que se fosse utilizar embalagens descartáveis para cada entrega. Esse serviço está disponível em várias cidades da Alemanha, da Áustria e da França.
A segunda inovação é a Loop, que desenvolveu sua própria plataforma para oferecer recipientes reutilizáveis com o objetivo de diminuir a quantidade de resíduos sólidos que são gerados nas casas das pessoas. Esses recipientes incluem desde produtos de higiene, até produtos de cozinha, por exemplo. E além de disponibilizar as embalagens com os produtos escolhidos pelo cliente nelas, a empresa oferta também a entrega e recolhimento dos itens. Tudo o que o consumidor precisa fazer é agendar o horário dos serviços. A Loop está disponível nos EUA, Canadá e Reino Unido e ampliando para Alemanha e Austrália.
O terceiro exemplo é a startup brasileira Já fui mandioca, que faz embalagens a base do amido da macaxeira. A empresa utiliza uma espécie que não é usada para o consumo humano e a partir dela faz embalagens como copos, bowls, marmitas, potinhos, entre outras que são biodegradáveis, ou seja, em até 20 dias são decompostas pelo meio ambiente. Todos os itens são 100% produzidos no Brasil, sem resíduos e baixo consumo de água e podem ser customizáveis com a marca do cliente.
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Na mesma pegada de embalagens biodegradáveis, a cerveja dinamarquesa Carlsberg está disponibilizando, no verão europeu deste ano, garrafas de base biológica e totalmente recicláveis ou compostáveis. A empresa considera este o maior teste de todos os tempos com consumidores já que serão 8 mil garrafas, feitas à base de plantas, distribuídas no Reino Unido, França, Alemanha e mais 5 países da Europa Ocidental. Com esse teste, a empresa quer coletar feedbacks que possam melhorar ainda mais o design da embalagem.
Já com foco no reuso, algumas empresas apostaram em máquinas que trabalham com o refil dos produtos. É o caso da empresa chilena Algramo, que vende sabão líquido para lavar roupas tanto em supermercados do Reino Unido como no próprio Chile. A primeira compra do sabão, que é feita na própria máquina, vem com uma embalagem mais duradoura. A partir da segunda compra em diante, a máquina está pronta para encher o recipiente original e o consumidor só paga pelo refil.
A última inovação destacada aqui foi feita pelos vinhos chilenos Isla Negra. Este ano eles renovaram suas garrafas diminuindo o peso em 45 gramas, ou seja, a nova embalagem pesa 345 gramas. Com essa medida, mais de 9 mil quilos de vidro deixarão de ser produzidos a cada ano. A Isla Negra é certificada pelo selo B Corporation de sustentabilidade e tem sua produção de vinhos considerada ecologicamente correta.
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*Imagem em destaque: site Já fui mandioca