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As inovações do mercado bilionário dos cogumelos

By 28 de abril de 2021março 24th, 2022Blog, Radar, Tendência
Imagem: Forbes

Por serem ricos em vitaminas e proteínas, não é de hoje que os cogumelos são utilizados tanto na medicina quanto na culinária, principalmente para a substituição de proteína animal em dietas vegetarianas e veganas. O mercado global de cogumelos já é bilionário, atingiu US$ 53,7 bi em 2019, mas são as novas alternativas para o uso desses fungos que estão impulsionando as inovações e dando uma perspectiva de alcance de US $86,6 bilhões até 2025. 

Veja também: O crescimento do consumo de alimentos sustentáveis e éticos

Alternativas inovadoras para os cogumelos

Foto: divulgação Stella McCartney

A primeira inovação vem da britânica Stella McCartney, que se tornou a primeira estilista a criar roupas feitas de couro de cogumelo. O material, chamado de Mylo, é feito pela empresa Bolt Thread, com raízes subterrâneas do fungo que proporcionam uma opção ao couro. As duas peças inovadoras foram lançadas em março deste ano. Uma outra grande marca que também está apostando no couro de cogumelos é a Adidas, que lançou a versão vegana de seu tênis Stan Smith, chamada ‘Stan Smith Mylo’. Tanto Adidas quanto Stella McCartney são parte do consórcio de empresas que estão investindo fortemente neste biomaterial. Também a marca de artigos esportivos Lululemon e de artigos de luxo Kering estão se organizando para lançar suas produções feitas à base de Mylo.

Uma outra empresa que está apostando em cogumelos como alternativa sustentável é a marca de produtos de beleza Haeckels, que lançou recentemente um novo material de embalagem que tem o mesmo desempenho do plástico, mas é feito com o fungo, chamado Mycelium. O material pode ser facilmente decomposto e realmente contribui para a qualidade do solo, ao invés de demorar centenas de anos como o plástico tradicional.

Cogumelos como terapia

Em uma outra vertente, uma tendência crescente em várias partes do mundo é a utilização de cogumelos psicodélicos para terapias. O estado do Oregon, nos Estados Unidos, foi o primeiro a autorizar esse uso em seu território. Já na Jamaica, existem centros que utilizam os cogumelos mágicos em diferentes tratamentos. A experiência em um desses centros terapêuticos foi mostrada no documentário Goop Lab, produzido pela Netflix em parceria com a marca de saúde e bem-estar americana Goop, da atriz Gwyneth Paltrow, ano passado. É também na Jamaica que a startup canadense Anahit Therapeutics está construindo uma enorme fazenda de cultivo de cogumelos mágicos e que a empresa Silo Wellness está desenvolvendo o primeiro spray nasal de psilocibina para o tratamento de traumas e depressão. 

 

Na Holanda, outro país que permite o uso de cogumelos mágicos, a inovação ficou por conta da conferência psicodélica digital, oferecida pelo centro de tratamento Synthesis. Após um minucioso acompanhamento profissional, os participantes podem ter acesso aos cogumelos e começar sua experiência em busca de bem-estar através da ingestão dos fungos.

Contexto Brasil

No Brasil, o uso de cogumelos ainda se restringe a alimentação e em medicamentos. Existem marketplaces dedicados à venda de produtos à base de cogumelos, como é o caso do Viva Regenera. Já o Cogumagics Lab é uma instituição, sediada em São Paulo, dedicada a estudar e trabalhar a genética dos cogumelos mágicos.