O tema de hoje é um caso clássico de como uma tendência de comportamento pode virar inovação. Há cerca de três anos, algumas das principais agências de tendências do mundo traziam como aposta o crescimento da produção de conteúdo original em diversas frentes, especialmente no mercado do audiovisual para streamings. Na época, os dados já mostravam como a TV a cabo, por exemplo, estava perdendo espaço entre a geração Z, para as plataformas. Deixando claro, que a geração z, são os novos jovens adultos que estão na faixa dos vinte, vinte e poucos anos. E para atender essas mudanças geracionais de consumo, os negócios começaram a perceber que iam precisar buscar novos formatos de exposição para conquistar esses consumidores mais jovens.
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A partir dessa percepção, marcas de fora da indústria do entretenimento passaram a investir em conteúdo original. Uma das primeiras a fazer este movimento foi a Procter & Gamble, que é uma multinacional que abarca segmentos como higiene, limpeza, cosméticos, saúde, e suplementos e que estreou a Activate uma série de documentários em seis partes, criada em parceria com a National Geographic, focada em inspirar o ativismo global. Um outro exemplo foi o Tinder, conhecido aplicativo de relacionamentos, que lançou uma série original interativa chamada “Swipe Night”, que oferece uma nova maneira de se conectar no aplicativo. Eles criaram uma história, onde o usuário vai tomando decisões críticas, e as escolhas serão adicionadas ao seu perfil, mostrando aos seus possíveis Matches as decisões que foram tomadas ou não. A primeira temporada foi tão inovadora que recebeu uma indicação ao EMMY, a principal premiação internacional de conteúdo televisivo, e abriu espaço para uma segunda temporada.
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Então, se com a Gen Z a interação com a TV já vinha diminuindo, com os Alphas, que são os nascidos de 2010 para cá, que é a geração ainda mais nova, esse contato com a mídia tradicional deve ser ainda menor. E é aí que entra o tema da semana, que é como a indústria de brinquedos está usando os conteúdos originais em audiovisual para se manterem no topo, seja como marca, seja com vendas. As marcas e filmes perceberam que 7 das 10 licenças que mais cresceram em vendas são ligadas a filmes e séries. Os dados mostram ainda que o mercado dos brinquedos faturou 9 bilhões de reais no ano passado, e grande parte disso teve a ver com o audiovisual.
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O exemplo mais bem sucedido até aqui não poderia deixar de ser o filme Barbie. Lançado no ano passado, o longa liderou o ranking de bilheteria global em 2023, alcançando o valor de 1,4 bilhão de dólares, segundo dados do Box Office Mojo, plataforma do iMDb. Uma onda cor de rosa invadiu o mundo fazendo as vendas das bonecas crescerem 31%, somente no Brasil, além de seus acessórios registrarem alta de 59% de faturamento no meio do ano passado. O crescimento nas vendas foi quase 3 vezes maior do que o aumento do faturamento da categoria de brinquedos. Há também registros que a procura por desenhos animados da Barbie para crianças, também aumentou. Por isso, 14 outros brinquedos da Mattel estão em desenvolvimento para virar filme. Isso inclui “Barney”, “Polly Pocket” e até o jogo de cartas “UNO”.
Um outro exemplo foi o filme do Super Mario Brothers, que só no primeiro semestre de 2023, representou 42% do crescimento do mercado de brinquedos, destacando-se como um dos principais impulsionadores do segmento. A série “Wandinha” também impulsionou a licença da Família Addams, registrando 11 milhões de reais em vendas no ano passado. A boneca da personagem apareceu no Top 10 dos brinquedos mais vendidos no mês de outubro, quando é comemorado o Dia das Crianças. Já o lançamento do live-action “A Pequena Sereia”, em maio de 2023, resultou em um aumento de 11% nas vendas de bonecas da Ariel, entre maio e junho, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
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E outros brinquedos, alguns bem tradicionais, estão cotados para virarem produtos audiovisuais em breve. Estão na lista filmes baseados nos jogos de tabuleiro como Monopoly e Detetive, e nos piões Beyblade, entre outros. Todo esse movimento fez com que as salas de cinema ficassem mais cheias em 2023, aumentando 20% do público, em relação a 2022. Mas ainda um pouco distante do que era o mercado em 2019, antes da pandemia. O setor espera em breve recuperar a frequência dos espectadores, especialmente com filmes de apelo como os que contam a história de brinquedos, ou seja, um ciclo está formado: o audiovisual alimenta a indústria dos brinquedos, que alimenta as salas de cinema no mundo.
Que interessante quando um movimento previsto 3, 4, 5 anos atrás, se concretiza com tanta força. Por isso é tão importante empresas de todos os segmentos ficarem atentos a essas mudanças de comportamento, inclusive as geracionais, que é ai se abre as possibilidades de trazer pioneirismo e inovação para o mercado, com esse olhar mais alinhado com o futuro. E temos muito orgulho de fazer parte de uma empresa Alagoana, a Mescla, que atende todo o Brasil e até empresas de fora, mostrando esses movimentos de futuro de forma antecipada e ajudando as empresas em um novo posicionamento com relação a inovação.
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