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Moda circular e um futuro mais consciente

By 8 de outubro de 2024 Blog

O setor da moda é super influente, sempre lançando novas tendências. Mas, ao mesmo tempo, é um dos maiores responsáveis pelas emissões de dióxido de carbono no mundo, representando algo entre 2% e 8% das emissões globais. E não é só isso! A produção de uma única peça de roupa envolve vários processos com diferentes impactos ambientais. Só para você ter uma ideia, a etapa de tingimento têxtil é considerada a maior poluidora de fontes de água do planeta.

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E a situação fica ainda mais preocupante. Estima-se que, a cada segundo, um caminhão cheio de roupas é descartado. E 73% desses resíduos têxteis acabam incinerados ou em aterros sanitários, deixando um rastro de destruição ambiental em diversos países. Esses dados são da Fundação Ellen MacArthur e do estudo ‘New Textiles Economy’.

“Os dados que a gente vê são realmente impactantes e ficam ainda mais alarmantes quando olhamos para o consumo atual. Hoje, consumimos cerca de 60% mais roupas do que há 15 anos, e isso acontece porque a durabilidade de cada peça diminuiu pela metade em comparação com o passado. Esses números vêm de um levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O mundo da moda, como sabemos, é dinâmico e está sempre se reinventando para acompanhar as mudanças culturais, sociais, econômicas e tecnológicas. E é nesse cenário que surgem iniciativas ligadas à moda circular. A ideia é transformar aquele modelo tradicional de ‘extrair, produzir, usar e descartar’ em um sistema muito mais sustentável. Nesse novo modelo, os produtos são feitos para serem reutilizados, reciclados e reintegrados ao ciclo produtivo, reduzindo o desperdício e os impactos ambientais. Isso, é claro, atende a um consumidor cada vez mais consciente do seu próprio impacto e que busca alternativas sustentáveis.

Vou começar falando de uma inovação que atua diretamente na moda circular infantil, um segmento em que as roupas rapidamente caem em desuso. A Cresci e Perdi se tornou a maior franquia de moda circular do mundo para o público infantil, focando no consumo consciente e oferecendo produtos de 40% a 80% mais baratos do que nas lojas convencionais. Além disso, tem um diferencial: o cliente pode levar peças para serem avaliadas e, em troca, recebe um GIRACRÉDITO (um vale-compras) ou o pagamento em dinheiro (via Pix) pelo lote de roupas.

Outro exemplo interessante é a empresa catarinense  Lunelli, que transforma resíduos em novas fibras, criando um ciclo de produção sustentável. Na etapa de lavanderia, eles adotaram tecnologias que diminuem o consumo de água entre 20% e 30%, usando corantes que aumentam a durabilidade das peças e evitam componentes tóxicos.

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E falando em upcycling, temos a empresa curitibana Transmuta. Eles fazem um trabalho incrível de moda circular ao reaproveitar roupas usadas e criar novas peças. Com designs criativos, eles conseguem oferecer novos ciclos a materiais que, de outra forma, seriam descartados.

É interessante também a gente ver grandes marca com essa iniciativas, já percebendo o comportamento de consumo, como o Repassa uma plataforma online de revenda de roupas, calçados e acessórios, da Renner, ou a parceria da Malwee com a Roupateca considera o maior guarda-roupa compartilhado do Brasil. E o crescimento de brechós em todo Brasil seja de nicho o Recloseit com foco em vestidos festa, seja em formatos de franquia como o Peça Rara.

E também aqui na nossa realidade temos brechós e iniciativas que movimentam a moda circular, fazendo uma curadoria das peças e revendendo com valores mais acessíveis. Um exemplo que já abordamos aqui semana passada, e vale trazer novamente, é o brechó da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Alagoas. Lá, você encontra peças que podem ir de R$10 até R$50 e além de praticar um consumo mais consciente, também está doando para o tratamento de pessoas que dependem do auxílio da rede. 

Outro exemplo, que traz uma curadoria de peças bem interessante e busca trabalhar com preços mais populares, é o brechó ecoar, produzido pela Gabriella Furtado, o negócio resgata e traz um novo conceito para os itens selecionados pela curadora, além de estar presente em diferentes eventos que tratam sobre o tema. 

Além disso,  Mila Madeira consultora e assessora jurídica para negócios de moda, tem um iniciativa, chamada Desapego Milanur em parceria com a Manur, que é um encontro para troca de roupas e vivências de uma moda + sustentável, também traz das suas redes sociais seu olhar para a montagem de looks e ressignificação de peças diferentes.

E uma dica, para quebrar a barreira que surge quando falamos em moda circular e consumo consciente, é a ideia de não conseguir achar peças para fazer combinações interessantes nos nossos próprios guarda-roupas. Para isso, a consultora de moda, Juliana Falcão, traz dicas em sua rede social e guia seu público para construir diferentes propostas de looks estilosos com peças variadas. E fazer a escolha de peças mais conscientes sejam novas de materiais mais duráveis, sejam  adquiridas em brechó. 

A reflexão fica Edjane, a moda é uma forma da gente se apresentar ao mundo, e ela tem carregado cada vez mais conceitos relacionados a sustentabilidade e circularidade. E nosso mercado precisa estar atento aos novos comportamentos de consumo.

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