Parece até estranho falar de jóias e sustentabilidade, até porque grande parte desse mercado depende da exploração do meio ambiente por meio do garimpo. Mas, há um movimento de mercado em crescimento que está buscando atender as necessidades globais por sustentabilidade e responsabilidade. E são as alternativas que os negócios estão buscando para poupar a natureza que a gente destaca desta vez.
O primeiro exemplo é de uma marca de luxo mundialmente conhecida e desejada: a Prada. Em outubro deste ano, ela lançou sua primeira coleção de joias finas feitas de ouro reciclado e diamantes rastreáveis. Essa coleção é sem gênero e apresenta quase 50 peças e cada uma vem com um cartão de autenticação que pode ser digitalizado usando a tecnologia Blockchain para verificação completa da origem do produto.
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A tradicional casa de jóias de luxo francesa Boucheron definiu uma série de normas e certificações para a matéria-prima de suas peças. Desde uma espécie de escola que protege e passa adiante o conhecimento da confecção de jóias artesanais; passando pela compra de ouro 100% responsável em sua cadeia de abastecimento, ou seja, o ouro vem de mineração artesanal e fontes recicladas e certificadas/verificadas; até chegar nos diamantes que só são comprados de locais que estabelecem formalmente os requisitos de observância dos direitos humanos, direitos trabalhistas e padrões ambientais. Além disso, a Boucheron deu um passo ainda mais ousado em direção a sustentabilidade ao lançar uma coleção de jóias feitas de Cofalit, material derivado da despoluição do amianto que trabalhado em laboratório sob altas temperaturas fica seguro para uso e se assemelha a pedras de a ônix ou obsidiana polidas.
Jóias Boucheron feitas a partir da despoluição de amianto
A Luxe.Zen é uma marca canadense que lançou este ano uma coleção que tem os componentes de suas peças totalmente rastreáveis, da mina até o consumidor. Além disso, a marca implementou diretrizes éticas para seus produtos como pedras preciosas e cristais que não financiam conflitos ou promovam abusos dos direitos humanos; materiais que são extraídos com segurança, por mineiros que ganham um salário justo; materiais extraídos com o mínimo impacto ambiental e reciclagem e reaproveitamento do máximo de componentes; e a devolução de 3% dos lucros para organizações sem fins lucrativos que trabalham para apoiar mineradores artesanais.
Luxe.Zen trabalha com rígidas diretrizes éticas na compra de matéria-prima
Outro movimento sustentável no mercado de jóias são os diamantes cultivados em laboratório. A MONTSERRAT New York, que é uma loja nativa digital focada nos millennials e nos Gen Z lançou uma unidade pop-up neste final de ano dentro da Bloomingdales, em Nova York, para vender suas peças que tem belos designers e os diamantes de laboratório, que tornam as jóias um pouco mais acessíveis, como atrativos. Espera-se que o mercado de diamantes cultivados em laboratório tenha uma taxa de crescimento anual de 9% nos próximos cinco anos.
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O Brasil também tem marcas que fazem jóias focadas na responsabilidade ambiental. É o caso da Gaem, lançada em agosto de 2021, a empresa trabalha com ouro certificado pela Responsible Minerals Initiative, que atesta que as práticas utilizadas pelos garimpos estão de acordo com as leis ambientais, direitos humanos e trabalhistas, e também com ouro reciclado, certificado pelo fornecedor por meio de blockchain. Além dos diamantes cultivados em laboratório. A empresa é certificada pelo selo B de sustentabilidade.
A Swarovski já havia lançado, junto com a atriz Penélope Cruz, uma coleção que usa rubis, safiras e diamantes feitos em laboratório, além de ouro proveniente de comércio justo. Já a Tiffany & Co passou a compartilhar com os clientes a proveniência dos diamantes e não está adquirindo pedras com procedência desconhecida, mesmo com a garantia de compras responsáveis.
Coleção Penélope Cruz com Swarovski que usa rubis, safiras e diamantes feitos em laboratório
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