Uma pesquisa lançada em novembro passado pelo Google em parceria com a agência de tendências Box 1824 trouxe um retrato bem realista do afroempreendedorismo no Brasil, com os principais motivos que levam os brasileiros a empreenderem e no recorte de raça quais são as principais dores enfrentadas pelos 14 milhões de afroempreendedores do país.
De acordo com o estudo, os brasileiros empreendem por sobrevivência, mais autonomia ou busca de sucesso. Só que a maioria dos empreendedores negros monta seus negócios por sobrevivência, enquanto a maioria das pessoas brancas vão para o empreendedorismo em busca do sucesso. E é justamente por causa dos pontos de partidas diferentes é que os afroempreendedores precisam ultrapassar muros que não são tão altos para a maioria dos empreendedores brancos:
- Muro da decisão que consiste em enfrentar o dilema entre se arriscar para assumir mais dívidas ou não empreender e a principal dor aqui é não saber a quem pedir orientação;
- Muro do desconhecimento que parte da tomada de decisões de negócios sem amparo e com base na emoção e a principal dor aqui é a gestão financeira;
- Muro da separação que trata de como especializar-se ainda mais no seu negócio e manter a produção fazendo as entregas necessárias;
- Muro da solidão que traz do dilema de como arranjar tempo para pensar em sustentabilidade se trabalha só na operacionalização do negócio;
- Muro da prosperidade que trata de como conseguir investimento para escalar o negócio.
Com esse mapeamento, a pesquisa aponta que as principais oportunidades de mercado para quem quer inovar no afroempreendedorismo é atuar em pontos de virada ao longo dessa jornada para que os negócios de pessoas negras ganhem fôlego e tenham oportunidade de prosperar. E são algumas dessas inovações que a gente traz aqui.
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O primeiro exemplo é o AkinTec, banco digital brasileiro focado em atender os afroempreendedores da periferia. O grande diferencial desse banco é que ele usa inteligência artificial para medir o comportamento dos empreendedores e assim facilitar o acesso ao crédito, deixando de lado as metodologias tradicionais que atrapalham tanto os empreendedores pretos do Brasil.
O segundo exemplo é a Agbora, rede social focada na população africana e seus descendentes que conecta usuários no mundo inteiro para interações sociais e oportunidades de negócios. Na plataforma, profissionais, influenciadores e líderes podem se expressar e falar dos seus negócios, aumentar o networking e promover oportunidades, ajudando os usuários a compartilhar experiências e aprender uns com os outros.
O terceiro exemplo é Movimento Black Money, um hub de inovação que tem a proposta de dar autonomia à comunidade negra na era digital, por meio da educação empreendedora. Entre os produtos estão o Afreektech, que oferece cursos para capacitar empreendedores e jovens negros para o mercado digital e o Impactando Vidas Pretas, que orienta famílias negras lideradas por mães solos e afroempreendedoras.
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O Pretahub tem uma série de atividades que relacionam a economia criativa com o empreendedorismo negro brasileiro. Uma dessas atividades é o Afrolab, um programa de apoio, promoção e impulsionamento do afroempreendedorismo, com uma metodologia que oferta conhecimento e capacitação técnica e criativa, com foco em inovação, inventividade e autoconhecimento. Já o Wakanda Educação é uma empresa baiana que tem a missão de traduzir a linguagem dos negócios para os empreendedores por necessidade e periféricos, oferecendo cursos, mentorias, acelerações e imersões que têm linguagens acessíveis e simplificadas.
Alagoas também está presente neste movimento. A Rede Cenafro é uma consultoria focada no desenvolvimento dos afroempreendedores. Entre os serviços oferecidos estão o Former Afro, que são capacitações nas áreas de gestão, inovação e criatividade fundamentais para criar e gerenciar um afronegócios. Já o GPD, da jornalista e especialista em marketing Larissa Lima, quer formar lideranças negras em marketing de perfomance. A empresa atende profissionais de todo o Brasil e atua com consultorias, mentorias e troca de experiências entre a comunidade.
Para quem é de Maceió e quer conhecer alguns dos afronegócios locais, a Agência Tatu, que trabalha com jornalismo de dados, fez um mapeamento e disponibilizou on-line dividido por categorias como beleza, moda, arquitetura, artesanato, turismo… o material está disponível no site afronegocios.bubbleapps.io/.
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