A Mescla está entusiasmada em lançar a nossa nova série no Pense como um (a) Futurista. Nessa série, vamos explorar as complexidades e nuances do futuro, oferecendo insights que ajudarão você a se preparar para o que está por vir. Queremos que você se sinta capacitado a enxergar o futuro não como algo distante, mas como um território moldável, cheio de possibilidades. futuro
E para começar essa jornada, trazemos o primeiro texto, que reflete sobre um elemento fundamental em qualquer discussão sobre o futuro: o tempo. Vamos mergulhar na reflexão sobre como percebemos o passado, o presente e o futuro, e como essas percepções moldam nossas ações e expectativas. Afinal, como pensar no futuro sem considerar o tempo? futuro
Tempo, tempo, tempo…
“Alice: Quanto tempo dura o eterno? Coelho: Às vezes, apenas um segundo.”
Essa citação de Alice no País das Maravilhas, adaptada por Tim Burton, nos faz refletir sobre a natureza do tempo — um conceito que permeia a vida, os negócios e a inovação. E, dá para começar a falar sobre futuro sem falar do tempo.
O tempo é intrigante. Como disse Santo Agostinho: “Se me perguntarem se sei o que é o tempo, responderei prontamente que sim. Mas, se me pedirem para explicá-lo, já não saberei mais.” Então, como podemos falar sobre o futuro, se nem mesmo conseguimos definir o tempo de forma clara?
O passado: por qual perspectiva você está olhando?
O passado parece fixo, mas será que é? Quando você pensa no seu passado, diversas memórias vêm à tona. Mas essas memórias são tão concretas quanto parecem? Pergunte a outras pessoas que vivenciaram os mesmos momentos, e suas histórias podem ser completamente diferentes. O mesmo vale para a história de grandes eventos.
Por exemplo, ao aprendermos sobre o “descobrimento” do Brasil, ouvimos a versão dos colonizadores, mas raramente escutamos o ponto de vista dos povos indígenas, que viram seus territórios serem invadidos por estranhos. O que isso nos ensina? Para construir futuros desejáveis, devemos primeiro entender, questionar e abraçar as narrativas passadas que nos trouxeram até aqui.
Contudo, o fato é que o passado não volta mais, pode ser mudado, mas podemos entender as diversas perspectivas sobre ele, para utilizá-lo não como definidor, mas uma ferramenta para ampliar a nossa visão.
O presente: onde o futuro é criado.
O presente é o futuro do passado. Todas as ações que tomamos hoje são influenciadas pelo que aconteceu antes, e por sua vez, moldam o que ainda está por vir. O problema é que muitas pessoas tratam o presente como uma linha reta entre passado e futuro, como se não houvesse espaço para mudança, um ambiente de transição e de caminhos.
Mas o presente é o espaço onde tudo se transforma. Ele abre as portas para todas as possibilidades, e quanto mais longe olhamos para o futuro, mais essas possibilidades se multiplicam. É no presente que decidimos qual direção tomar e como desenhar o futuro. O presente é a porta para o multiverso e suas infinitas possibilidades.
O Futuro: uma construção plural
Chegamos ao futuro, mas… o que é o futuro? Muitas pessoas o veem como algo distante e assustador. Alguns acreditam que o futuro é fixo, que não há como mudar o destino. Outras pensam que podem moldá-lo com facilidade, como em um passe de mágica.
A verdade é que o futuro é plural. Ele é construído a partir das nossas ações no presente e pode tomar diversas formas: futuros possíveis, prováveis, preferíveis, desejáveis… Como você enxerga o futuro define suas ações hoje.
Mas uma coisa é certa: para ampliar a sua visão de futuro você precisa começar desenvolvendo sua consciência de futuros. Os pesquisadores a Universidade de Turku, na Finlândia, definem cinco dimensões dessa consciência que podem ajudar a gente:
- Perspectiva de tempo: Compreender o passado, o presente e o futuro, valorizando o pensamento de longo prazo.
- Protagonismo: Acreditar que você pode influenciar eventos futuros.
- Percepção sistêmica: Ver a interconexão entre seres humanos e sistemas naturais.
- Preocupação com os outros: Buscar melhorar a vida das pessoas, além de si mesmo.
- Abertura às alternativas: Avaliar as possibilidades de forma crítica e questionar o estabelecido.
Portanto, pensar no futuro exige de nós presença e consciência.
O futuro está sendo criado agora
O futuro não é algo que simplesmente acontece. Ele está sendo construído por nós, todos os dias, com cada decisão que tomamos no presente. Se não tomarmos as rédeas, alguém tomará. Pensar no futuro como um processo ativo nos coloca em um local de protagonismo, que nos permite criar soluções inovadoras e construir um amanhã mais resiliente.
Então, a pergunta é: o futuro está acontecendo para você ou você está acontecendo para o futuro?
Renata Mendonça
Co-Fundadora da Mescla
Buscadora, curiosa, em movimento.