A maternidade provoca diversas mudanças na vida das mulheres, afetando áreas como a rotina e a saúde mental. A sobrecarga enfrentada por muitas mães, especialmente aquelas sem um sistema de apoio adequado, é alarmante. O estudo “De mãe em mãe”, realizado pela USP, revelou dados preocupantes sobre a saúde mental das mães brasileiras. De acordo com a pesquisa, 97% das mulheres se sentem sobrecarregadas quase todos os dias e 94% afirmam estar emocionalmente desgastadas. Além disso, duas em cada três mulheres classificam sua saúde mental como péssima, e mais da metade já buscou ajuda profissional.
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Existem soluções que ajudam as mulheres a trabalharem suas emoções e equilibrarem a saúde mental antes, durante e depois da gestação. Em Maceió, temos exemplos interessantes. Um deles é a Mamãe Resiliente, criada pela psicóloga Karllene Farias. Sua proposta é simples: ajudar mães a lidar com a maternidade de maneira mais leve, unindo teoria e prática. O objetivo é construir um espaço que fortaleça a maternidade, oferecendo cursos, palestras, workshops e atendimento psicoterápico, além de grupos e encontros para troca de experiências.
Outro exemplo é o Espaço Criar, também em Maceió. Focado no desenvolvimento infantil, seu objetivo é promover um crescimento saudável em sintonia com a família. Eles oferecem sessões terapêuticas em grupo, psicoterapia infantojuvenil e avaliação neuropsicológica. A iniciativa alivia o peso que as mães sentem ao tentar seguir uma criação “perfeita”.
Temos ainda o Baby Center, que reconhece os desafios da maternidade e criou uma ferramenta digital muito útil. Eles reúnem as principais informações sobre gestação e bebês em um só lugar, disponíveis via site, aplicativo, e-mail e redes sociais. O objetivo é ajudar as mães a se sentirem mais seguras e informadas, com conteúdo produzido por profissionais certificados.
Além da sobrecarga, a carreira da mulher também passa por mudanças significativas após a maternidade. Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade não retornam ao mercado de trabalho após 24 meses. Entre as 247 mil mães analisadas, 50% foram demitidas em cerca de dois anos após a licença.
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Diante desse cenário, várias empresas têm investido em soluções inovadoras para facilitar o crescimento profissional das mulheres após a maternidade. A B2Mamy, por exemplo, é uma Socialtech que se tornou a maior comunidade do Brasil conectando mães e mulheres. A proposta da empresa é simples: capacitar essas mulheres para que se tornem líderes econômicas, oferecendo educação, empregabilidade e senso de pertencimento. Até agora, a B2Mamy já impactou mais de 100 mil pessoas e gerou mais de 2 mil ideias para programas de aceleração. Eles acreditam que a educação e o fortalecimento da comunidade são essenciais para a saúde mental, liderança feminina e liberdade financeira. A B2Mamy Academy oferece conteúdos de aprendizagem em diversos formatos, além de um coworking e espaço para eventos, tudo pensado para promover a empregabilidade e o networking.
Outro projeto interessante é o da Bloom Care, a primeira plataforma de gestão de saúde e bem-estar voltada para mulheres e famílias. Seu objetivo é ajudar as empresas a cuidarem da saúde de suas colaboradoras por meio de um acompanhamento coordenado, integral e personalizado, realizado por uma equipe multidisciplinar. Essa abordagem não só melhora a produtividade, mas também incentiva a permanência das mulheres no mercado de trabalho após a maternidade. A Bloom Care também apoia as empresas a atingirem metas de ESG e equidade, com trilhas de cuidado que abrangem fertilidade, gravidez, pós-parto, parentalidade e saúde mental.
O Compre de uma Mãe é outra iniciativa que apoia mães no mercado de trabalho. Esse negócio de impacto social foi criado para promover a representatividade feminina e o crescimento em comunidade. A plataforma oferece um espaço onde mães empreendedoras podem divulgar seus produtos e serviços em um catálogo virtual, promovendo conexões, capacitação e impulsionando a economia.
Um exemplo inspirador de Alagoas é o projeto da alagoana Luana Rodrigues, mãe solo de cinco filhos autistas. Ela criou o grupo Famílias Atípicas Empreendedoras no WhatsApp, reunindo mães de filhos autistas para criar um espaço de apoio e acolhimento. Essas mães podem expor seus trabalhos, compartilhar vivências e criar um senso de pertencimento. Este ano, também aconteceu a primeira Feira das Famílias Atípicas Empreendedoras, proporcionando a essas mulheres uma oportunidade de mostrar seus negócios e se conectarem entre si.
A maternidade tem se tornado uma oportunidade de negócios para muitas empresas. No entanto, o impacto que ela gera nas mulheres no mercado de trabalho é significativo. Precisamos criar políticas de proteção e redes de apoio que garantam o suporte necessário em um momento tão sensível e importante para as mulheres.
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