Os consumidores têm desejado cada vez mais ter experiências de compra personalizadas, por isso a indústria tem se preparado para tornar possível a personalização em escala para atender essa demanda. Essa inovação faz parte da Indústria 4.0, que movimentou no Brasil $61 milhões de dólares em 2019 e cinco vezes mais no ano passado. Os dados também mostram que os consumidores estão dispostos a pagar em média 25% a mais para ter um produto único, feito com exclusividade.
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A personalização é uma forma de diminuir o sentimento de ter apenas “mais um produto”, acima de tudo de despertar a sensação de importância e principalmente a de exclusividade. Agora, com o uso de configurações digitais para moldar produtos ou serviços de forma individual, é possível escalonar este modelo. Quando se fala em proporcionar uma experiência de compra personalizada, vai desde o formato do consumidor interagir com a marca e acompanhar o seu processo de produção, até a possibilidade de co-criação do seu produto/serviço através, por exemplo, de uma plataforma digital. A personalização em escala é uma realidade!
Vestuário e Acessórios personalizados
O primeiro exemplo de inovação vem do segmento de joias. A Vowsmith é uma empresa canadense que dá ao cliente a possibilidade de customizar uma aliança, anel ou pingente da forma que ele quiser, inclusive gravando as impressões digitais no objeto. No site da empresa, dá para escolher o tamanho, o metal, a pedra preciosa e a gravação de caligrafia desejada. Depois, o cliente captura a impressão digital, envia para a empresa, aprova o protótipo feito em 3D e a joia escolhida é produzida. Com essa tecnologia, é possível receber um pedido de anel pela manhã, colocá-lo na impressora à tarde, fundi-lo no dia seguinte e enviá-lo para entrega no outro dia, cerca de 72 horas do pedido à entrega.
Uma outra marca inovadora é a MTailor, que usa tecnologia de ponta para produzir roupas personalizadas. Através de um aplicativo, o corpo do cliente é escaneado 360 graus e transformado em uma nuvem de pontos 3D que ajuda a dimensionar as roupas com precisão. Essa tecnologia faz com que cada modelo de roupa escolhido no site ganhe o tamanho pessoal do consumidor. Além disso, a marca ainda permite customizar outros detalhes da peça, como o estilo do jeans ou o colarinho da camiseta.
A beleza também pode ser personalizada
O setor de beleza também não ficou de fora. As startups Prose e Function of Beauty se propõem a criar shampoo, condicionador e outros produtos capilares personalizados. A partir de um questionário minucioso feito nos sites das marcas, os consumidores respondem questões relacionadas ao fio de cabelo, ao couro cabeludo, à rotina diária, ao ambiente em que vivem, etc. Por fim, a inteligência artificial e algoritmos geram a combinação específica para o consumidor que pode escolher a fragrância que deseja. Seguindo a mesma premissa, a Function of Beauty está lançando sua linha de skincare.
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Ainda no mercado da beleza, a L’Oréal, em parceria com a Yvens Saint Laurent, lançou, no início deste ano, o Perso. Um dispositivo que usa inteligência artificial para analisar em tempo real uma pessoa e cruzar com dados ambientais para gerar um batons personalizados para o momento. O dispositivo tem 4 cartuchos nas cores vermelha, nude, laranja e rosa, permitindo misturá-las em milhares de “tons sob medida”.
Vale ficar atento também a gigante Amazon, que há 4 anos patenteou o projeto de sua fábrica automatizada de roupas sob demanda. A maior varejista do mundo pode entrar no mercado D2C de roupas a qualquer momento, e com um diferencial competitivo gigante.
O desafio da personalização em escala é grande, mas é um caminho necessário. Fica a provocação: qual o nível de personalização possível para o seu negócio?