A creator economy é um área que mobiliza bastante nosso país. De acordo com uma pesquisa da Nielsen, no Brasil existem 500 mil influenciadores com mais de 10 mil seguidores espalhados pelas diversas plataformas. Essa quantidade ultrapassa o número de engenheiros, arquitetos e dentistas. Outro levantamento, das agências Hootsuite e We Are Social, mostrou que somos o segundo país que mais segue influenciadores (44,3% dos usuários da internet), atrás das Filipinas (51,4%), à frente de outras nações emergentes.
Olhando para dados assim, a gente percebe a relevância alcançada por esse mercado, principalmente em plataformas como Instagram, que entre os jovens de 18 a 24 anos, domina a preferência em 64% como espaço ideal para acompanhar influenciadores, segundo um estudo da Mind Miners em conjunto com a Youpix.
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Só que já há movimentos que apontam que o próximo passo dos influenciadores digitais está na criação de influenciadores virtuais gerados por Inteligência Artificial, ou seja, pessoas totalmente geradas por computador que são tão ativas nas plataformas de mídia social quanto os humanos reais.
O primeiro exemplo é a startup Leet (escreve-se 1337), que está construindo uma comunidade de microinfluenciadores impulsionados pela Inteligência Artificial generativa. São criadores de conteúdos com características diversas e interesses extremamente nichados que desejam se conectar com pessoas de comunidades com interesses comuns. Por exemplo, a menina que gosta de música emo ou o cara que gosta de literatura clássica, de jardinagem, de moda vintage, etc. A ideia da empresa é que usuários das redes sociais sugiram o que as criações digam ou façam.
Um outro exemplo é a influenciadora gerada por inteligência artificial, Aitana López. A modelo virtual da Espanha é capaz de faturar até US$ 11 mil dólares mensais. Segundo Rubeñ Cruz, que fundou a agência responsável pela criação da influenciadora, a ideia surgiu para minimizar a quantidade de projetos que estavam sendo adiados ou cancelados devido a problemas relacionados às atitudes dos influenciadores ou modelos.
Ainda seguindo a linha de empresas voltadas para criações de influenciadores, temos a Superplastic, que arrecadou US$ 20 milhões liderados pelo Alexa Fund da Amazon. Então, essa empresa vai criar personagens que colaboram inicialmente em uma série de comédia animada com a Amazon Studios, voltada para o varejo e a internet. A ideia aqui é encontrar mais maneiras de se conectar com os consumidores mais jovens.
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Um exemplo brasileiro, que utilizou Inteligência Artificial para criar uma campanha publicitária inteira foi a Chilli Beans. Em parceria com SAL2 Studio, a marca de acessórios criou um vídeo com imagens hiper-realistas que retratam a brasilidade, com temas como floresta, sertão, praia e urbano. Na peça, até os óculos apresentados não existiam no mundo real. O estúdio responsável utilizou diversas ferramentas de IA simultaneamente na composição das imagens, como MidJourney, Stable Diffusion e DALL-E e lançou a campanha pioneira no início deste ano.
Esse novo mercado dos influencers virtuais gerados por inteligência artificial generativa é um passo além das personagens que já está no nosso cotidiano, como a Lu do Magalu, a Satiko, que é uma espécie de alter ego virtual da apresentadora Sabrina Sato, e a Lil Miquela, personagem virtual criada para experimentar e construir uma comunidade importante em torno de seus usuários no Instagram e já foi modelo de campanhas da Calvin Klein e da Prada, durante a Semana de Moda de Milão.
Mais do que representantes de marcas ou pessoas, a nova geração de influencers virtuais estão buscando entregar autenticidade geradas por meio de Inteligência Artificial e aprendizado de máquina. O trabalho está adquirindo uma perfeição tão grande que cada vez vai ser mais difícil identificar o que é real ou virtual.
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