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O impacto da Covid-19 nas telecomunicações

By 18 de maio de 2020Blog

A pandemia do coronavírus continua a desencadear uma demanda e adoção sem precedentes de ferramentas de tecnologia e telecomunicações, incluindo soluções inovadoras. Algumas delas já existiam, mas de março para cá tiveram uma curva de adoção exponencial. Já outras surgiram com a pandemia, justamente por atender duas grandes necessidades dos seres humanos: a interação social e a mobilidade.

Festa de aniversário via Zoom.
Foto: Rosa Ferro

O primeiro exemplo com certeza já é conhecido por muitos de nós. A plataforma Zoom está sendo usada para reuniões de trabalho, aulas, atendimento médico e psicológico, transmissão de lives e até de festas. Os dados de downloads em aplicativos chegaram a quase 27 milhões de vezes em março, contra apenas 2,1 milhões de vezes em janeiro deste ano. Um crescimento gigante, não é? 

Da mesma forma o Skype, da Microsoft, teve 59 milhões de usuários ativos diariamente em seus aplicativos para iOS e Android em março deste ano, que aumentou a capacidade de suas equipes em 60 vezes no período de sete semanas. O Meet, plataforma do Google, abriu seus serviços gratuitamente para usuários do GSuits no início da pandemia e agora ampliou para todos os usuários do Gmail. A intenção é concorrer diretamente com o crescimento exponencial da Zoom e fazer frente a preferência do Skype.

Outra inovação que vem no escopo de interação social é o aplicativo Houseparty, que permite aos usuários participarem de vários jogos com vídeos ao vivo e bate-papo. Com 10 milhões de downloads apenas no Android, a Vogue americana chegou a classificá-lo de “o aplicativo de quarentena que você precisa baixar imediatamente”. 

Diante da aceleração dessa necessidade, o Facebook (sempre ele) não poderia ficar para trás e anunciou, há duas semanas, o lançamento do Messenger Room, um serviço a mais, onde os usuários da rede social poderão criar uma sala de bate-papo por vídeo na plataforma e convidar até 50 pessoas para participar de uma chamada – mesmo que não tenham uma conta no Facebook. Não havendo limites de tempo para as chamadas. O Messenger Room foi lançado dia 14 de maio no Canadá, Estados Unidos e México e estará disponível para o restante do mundo nos próximos dias, segundo Mark Zuckerberg. O novo serviço irá fazer frente ao Zoom que dá 40 minutos de vídeo chamadas gratuita e as outras plataformas que originalmente são pagas, é para ficarmos de olho que este setor vai inovar de novo muito rapidamente.

Messenger Rooms is now available to everyone in the US, Canada and Mexico, and will be available to everyone globally in the next week!With so many people at home around the world, we're all relying on video chat to feel present with the people we care about. WhatsApp and Messenger are already the most popular video calling services globally, but for large groups most of the video services out there are designed for work, not social interactions. Messenger Rooms is group video chat designed for social interactions. Rooms have no time limits, can host up to 50 people, and you can create them for free across Messenger, Facebook, and soon Instagram and WhatsApp as well. You can create a private room and invite a few friends with a link, or you can create a room for one of your groups, or for an event you're planning. You can also start a room for all your friends at the top of your News Feed and just see who stops by to say hi. You don't need to schedule time to hang out like other video conferencing tools — it's much more serendipitous and fun. I've really enjoyed using it as we've been building it. I've gotten to catch up with a lot of people I miss seeing around but wouldn't have necessarily called on my own. Try it out and I'm interested to see what you think!

Posted by Mark Zuckerberg on Thursday, May 14, 2020

 

O crescimento das telecomunicações e a infraestrutura tecnológica

A infraestrutura e expansão da rede é um ponto que todos devemos estar atentos. Os números nos dão uma noção de como há uma exigência e demanda de ampliação de tecnologia. Globalmente, o tráfego na internet está entre 25% e 30% maior, segundo estudo divulgado pela plataforma de desenvolvimento The New Satck, em abril deste ano. Geralmente, o uso da Internet em um mês típico é de 3%, no último mês foi de 30%!

Este crescimento repentino já causou problemas em lugares como Singapura, onde ocorreu uma interrupção de serviços de internet por um dia, no segundo maior provedor do país. A frustração dos usuários foi generalizada e o provedor decidiu oferecer aos consumidores afetados um desconto de 20%.

Na realidade brasileira, a desigualdade é um componente a mais também neste processo. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2017, mais de um terço (39%) dos domicílios brasileiros ainda não tem nenhuma forma de acesso à internet. São cerca de 27 milhões de residências desconectadas, enquanto outras 42,1 milhões acessam a rede via banda larga ou dispositivos móveis, que muitas vezes não sustentam uma conexão das plataformas que citamos. 

Devido a pandemia do coronavírus, este mercado foi acelerado de forma inesperada, logo existem grandes oportunidades no setor de infraestrutura também. Hoje ficar sem internet é como se você ficasse isolado do mundo, e agora há um componente emocional a mais e essa sensação só aumenta.