O entretenimento mexe muito com o nosso estilo de vida. Se há uma coisa que nós brasileiros gostamos é de celebrar. Casamentos, batizados, aniversários, vários tipos de chás… de bebê, de cozinha, de lingerie. Para nós, tudo é motivo para reunir os amigos e comemorar. Sem falar nas nossas festas tradicionais: Carnaval, São João, Reveillon, que com a pandemia da Covid-19 tudo isso teve que ser paralisado. Não teve festa junina e a festa de virada de ano e o próximo carnaval podem realmente não acontecer.
De fato, para com grande concentração de pessoas, como conhecemos e tanto gostamos, vai demorar um pouco. Mas a pandemia acelerou uma tendência emergente, que teria uma curva de adoção mais lenta em outro contexto, são os eventos em realidade mista.
A realidade mista mescla características das realidades aumentada e virtual. Ela insere objetos virtuais no mundo real e permite que os mundos online e físico coexistam e interajam ao mesmo tempo. Parece uma coisa de filme de ficção científica, não é? Mas eventos assim já existem!
No Reino Unido, aconteceu o maior festival de artes e música do mundo em realidade virtual e mista, Lost Horizon, que ofereceu uma experiência interativa e de vários estágios. Com a presença de DJ’s, artistas underground e artistas visuais, o evento aconteceu em um cenário de jogo renderizado em 3D. Os participantes puderam customizar avatares e com eles, circular e interagir com quem também estava conectado vivendo a experiência virtual do evento. O Lost Horizon foi transmitido ao vivo, nos dias 3 e 4 de julho, em várias plataformas, incluindo mídias sociais.
Uma outra inovação envolvendo show virtual, aconteceu em uma plataforma de jogos. O rapper americano Travis Scott fez uma série de shows no Fortnite. O evento, transmitido também no Youtube, registrou 28 milhões de espectadores únicos em cinco shows em abril.
As produções de TV também estão começando a aderir ao mundo das experiências virtuais. É uma espécie de continuação do conteúdo exibido na TV sendo colocado em forma de jogos. Foi o caso da Sky TV, emissora do Reino Unido, que lançou junto com a segunda temporada da série Bulletproof, o jogo Bulletproof Interrogation que coloca o jogador como um participante ativo de uma história de crime em andamento. O jogo utiliza processamento de linguagem natural e Inteligência Artificial para permitir que os fãs conduzam uma discussão com o suspeito, onde tudo o que eles dizem pode influenciar o resultado.
Trazendo para uma realidade menos tecnológica, mas também inovadora, temos o aumento de eventos realizados em drive in. Quando falamos das inovações da Fé trouxemos o exemplo das missas sendo assistidas dentro do carro. A proposta chegou aos eventos e no Brasil já tivemos shows, Jota Quest foi um dos mais comentados, e a primeira edição do TEDx em formato drive in do mundo, que aconteceu este mês em São Paulo.
O mercado de casamentos foi outro que precisou se reinventar. Ao invés de adiar a cerimônia por tempo indeterminado, os noivos estão decidindo aderir ao casamentos virtuais. E muitos hotéis americanos estão aproveitando a oportunidade para oferecer uma cerimônia restrita para no máximo 25 pessoas, mas com a garantia que haverá um sistema de videoconferência, com câmeras em diferentes ângulos, para que os amigos e familiares do casal possam também participar virtualmente. Este exemplo traz uma provocação para quem trabalha com casamentos: que produtos e experiências podem ser oferecidos aos convidados virtuais para que eles se sintam ainda mais parte da cerimônia?