O mundo dos jogos eletrônicos está movimentando a economia e estimulando o desenvolvimento tecnológico, e isso tem atraído a atenção de grandes investidores. Além de ser uma opção de entretenimento e diversão, os jogos eletrônicos movimentam R$12 bilhões ao ano aqui no Brasil, de acordo com uma estimativa da Newzoo, uma plataforma de pesquisa e análise de dados especializada no setor.
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Diante de um faturamento tão expressivo, nosso país se tornou líder em receita no setor na América Latina e ocupa o 13º lugar no ranking mundial. Os dados refletem a abertura do mercado para a área de games, e principalmente, a ocorrência de criação de espaços para diferentes tipos de investimentos que incentivam o público amante do segmento a comprar e movimentar o ecossistema ao redor desses empreendimentos.
Olhando para um cenário tão animador, é possível destacar duas iniciativas brasileiras. Falando primeiramente sobre desenvolvimento externo e exportação de serviços, a Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos), desenvolve iniciativas de fomento à indústria, inclusive a associação possui um projeto setorial de exportação realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), focado em apoiar empresas desenvolvedoras brasileiras. Dentro das oportunidades, alguns são especialistas e referências no trabalho de external development, outros fazem um trabalho híbrido – ou seja, além de XD desenvolvem seus próprios jogos.
Seguindo essa linha de produção, temos dois exemplos vindos de Recife. O primeiro exemplo é a PUGA Studios, que trabalha desde 2017 com desenvolvimento externo e tem em seu portfólio uma parceria com a Aquiris para o jogo Looney Tunes World of Mayhem, entre outros projetos. O segundo exemplo, é a Kokku, cuja atuação no mercado de games vai além do desenvolvimento externo e exportação de serviços e artes, o estúdio começou a atuar na área em 2015 por meio de contatos estabelecidos com empresas internacionais que vieram ao Brasil para o BIG Festival. Os contatos geraram parcerias com grandes empresas, como a Activision, em Call of Duty: Black Ops Cold War, Guerrilla Games, em Horizon Zero Dawn e em Horizon Forbidden West, e Netflix, em Stranger Things: Starcourt Mall. É importante destacar que são dois estúdios brasileiros e nordestinos, enfatizando o terreno fértil e a capacidade de crescimento e entrega criativa que é possível encontrar por aqui.
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Algo mais que podemos avaliar, é como a movimentação a cerca de uma área estimula outras economias também. Quando temos um evento gamer, pessoas de todos os lugares participam impulsionando segmentos como hotelaria e lazer. Um exemplo de evento brasileiro voltado para o público gamer, é a Brasil Game Show (BGS) uma das maiores feiras da América Latina realizada anualmente no Rio de Janeiro, atraindo grandes empresas nos stands, pro players top, influenciadores renomados e possibilitando a exibição de anúncios impactantes e tem jogos de conceituadas franquias para experimentação.
Outro ponto que é extremamente trabalhado tanto para construir novos games quanto para aprimorar os já existentes, é o investimento em tecnologias. Por isso, o mercado gamer é um dos grandes incentivadores da tecnologia e da inovação.
Iniciando pelo uso da Machine Learning, ou aprendizado de máquina, é um ramo da inteligência artificial onde são criados algoritmos que aprendem a partir de dados históricos e identificam padrões. Esse tipo de tecnologia se mostra importante por servir como mais um recurso de treinamento entre os jogadores. Nesse tipo de jogo, as IAs reproduzem as qualidades dos humanos para que consigam, ao menos, oferecer uma curva de aprendizado justa e treinar em um nível humano. Além disso, IAs complexas fazem com que os mundos gerados pelos games sejam cada vez mais vivos e convincentes, aumentando o valor da imersão. Vale lembrar também, que os primeiros óculos de realidade aumentada foram feitos em 1995 pela Nintendo. Hoje são mais populares e por mais que em seu ano de lançamento o VR não tenha atingido tanto sucesso assim, serviu como base para as criações atuais.
Atrelado aos avanços tecnológicos, podemos identificar em nosso cotidiano jogos mobile que nos ajudam no aprimoramento de habilidades e na aprendizagem, por exemplo, o Duolingo é um site e aplicativo móvel de aprendizado de idiomas. Já o Anatomy learning funciona como um atlas 3D para estudar anatomia humana, construído em uma avançada interface de toque interativa.
Atualmente, os games trabalham as tecnologias ligadas às experiências imersivas, proporcionando não só lazer e competição. Mas, também, a profissionalização dos jogadores e equipes especializadas nesse tipo de esporte. Principalmente, quando passamos pela pandemia onde a modalidade encontrou uma janela para ampliar seu processo de crescimento. Quando todos eventos tiveram que ser paralisados, as competições dos games continuaram pouco tempo depois de forma online e multiplicaram suas audiências. A Steam, plataforma de jogos eletrônicos mais popular do planeta, registrou o maior número de usuários online simultaneamente em seus 16 anos de história, por duas vezes consecutivas. Diante de todo esse boom, estima-se que 74,5% das pessoas no Brasil são adeptas a jogos eletrônicos — um aumento de 2,5% em relação a anos anteriores —, conforme aponta a Pesquisa Game Brasil 2022.
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