É cada vez maior o acesso e a adoção aos diferentes tipos de aplicações de inteligência artificial (IA). E o que há poucos anos era utilizado para automatização, análises e predição, está chegando na produção criativa. É Isso mesmo, robôs inteligentes estão fazendo arte e produzindo conteúdo.
Considerada a primeira artista robô do mundo, a AI-DA tem braço robótico, é equipada com tecnologia de reconhecimento facial e tem um sistema de inteligência artificial, com capacidade de analisar uma imagem à sua frente, alimentar um algoritmo que dita o movimento de seu braço, permitindo-lhe fazer os esboços. Ano passado ela expôs seus trabalhos em Oxford e foi a primeira exposição do mundo a mostrar o trabalho solo de uma artista robótica.
Ainda nas artes produzidas por inteligência artificial, destaque para a NVIDIA GauGAN, ferramenta que consegue transformar qualquer desenho feito no paint em paisagens naturais que nunca existiram. O sistema foi apresentado ano passado e já foi utilizado na produção de mais de meio milhão de imagens ao redor do mundo. Também em 2019, a famosa casa de leilão americana Christie’s, vendeu por U$ 435.500 um retrato produzido por uma inteligência artificial. Esta foi a primeira vez que uma casa de leilão de obras de arte fez este tipo de venda.
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Já na área musical, o primeiro destaque é a inteligência artificial Emily Howell, que foi criada e vem sendo aprimorada pelo músico David Cope e pode compor música baseada em seu próprio estilo ao invés de apenas replicar os estilos dos compositores do passado. Já a ferramenta chamada AIVA, usa inteligência artificial e algoritmos de aprendizagem profunda para ajudar músicos a compor. Ela se apresenta como um “assistente criativo para pessoas criativas”.
A Comunicação não ficou de fora. Há dois anos a marca de veículos de luxo Lexus foi a responsável por lançar o primeiro comercial escrito por uma inteligência artificial. Feito em parceria com a IBM, a propaganda tem roteiro do Watson, que analisou comerciais premiados em Cannes nos últimos 15 anos para produzir o material. Os publicitários responsáveis pelo filme ficaram surpresos com o nível de detalhes do roteiro, que já chegou pronto para ser gravado.
O jornalismo também tem adotado a inteligência artificial. A TV estatal chinesa levou ao ar a primeira âncora de telejornal que usa IA para replicar expressões faciais e trejeitos humanos. Na estreia a apresentadora, chamada Xin Xiaomeng, entrou em dois segmentos que tratavam de assuntos relacionados a política.
Já no Brasil, no primeiro turno das eleições deste ano, o G1 usou pela primeira vez um modelo de automação que usa inteligência artificial para publicar um texto para cada um dos 5.568 municípios brasileiros com o resultado do pleito. O projeto, sem precedentes no Brasil, foi super bem sucedido e o resultado está publicado nos sites de cada estado com um aviso que informa ao leitor que a matéria foi escrita por uma inteligência artificial.
Trazendo para o mundo das imagens, ano passado, através de uma única foto, uma inteligência artificial conseguiu fazer o famoso quadro da Mona Lisa falar. Já outro sistema de IA gera imagens de rostos de pessoas que parecem reais. Para conferir acesse: ThisPersonDoesNotExist.com
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O avanço da automação e da inteligência artificial não tem mais volta, então temos que nos adaptar e entender onde podemos nos encaixar nesta nova realidade que está se construindo. Para quem ainda está em dúvida sobre os riscos da sua profissão ser tomada por inteligência artificial, tem um site que quantifica esses riscos, o nome dele é Will the robots take my job. Vale conferir!