O número de brasileiros interessados no futebol feminino representa 68%. E vale destacar, que houve um aumento de 12% entre 2013 e 2021, e as mulheres estão por trás desse aumento, representando 44% da base de fãs, segundo pesquisa do Kantar Ibope.
Algumas previsões como a da Deloitte, sugerem que a indústria esportiva feminina gerará mais de US$ 1 bilhão em receita nos próximos anos. Diante desse cenário, a tecnologia tem desempenhado um papel muito importante na construção das inovações entregues para o mercado esportivo feminino. Os novos produtos estão sendo pensados para suprir as necessidades desse público, e também como uma forma de abordar a luta pela visibilidade das mulheres dentro e fora de campo.
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Então, vamos começar com as inovações. O primeiro exemplo vem da Orange, a principal empresa de telecomunicações da França e patrocinadora da seleção francesa. A marca decidiu utilizar a tecnologia como instrumento de incentivo a seleção, com o apoio de uma IA que permite a troca de rostos de pessoas em vídeo, sincronizando os movimentos do corpo aplicando a técnica de “deepfake”. Foi criado um vídeo com grandes lances protagonizados pela seleção feminina, porém, os rostos das jogadoras foram trocados pelos dos ídolos do futebol masculino. O conteúdo usou a seguinte frase para trazer uma reflexão sobre o preconceito diante dos jogos femininos: “Só existem os Bleus (apelido da seleção masculina) para nos proporcionar essas emoções. No entanto, não são eles que você acabou de ver. Na Orange, quando apoiamos os homens, apoiamos as mulheres.”
Outro exemplo voltado para a jogabilidade e o desempenho em campo das atletas, é a criação da Nike, que desenvolveu uma chuteira pensada nas características da anatomia do pé feminino, a fim de proporcionar um conforto maior para as jogadoras. O calçado nomeado de Phantom Luna, é a aposta da empresa para a copa do mundo feminina de futebol e foi elaborado por mulheres. Seguindo a linha de preocupação com as particularidades femininas, temos o FitrWoman, um aplicativo da Orreco que auxilia atletas e treinadores de elite a gerenciar seu ciclo menstrual para maximizar o desempenho. A ferramenta está trabalhando com atletas e equipes esportivas femininas de elite, incluindo o Chelsea Women e a seleção feminina da Inglaterra durante sua tentativa de vencer o Campeonato Europeu Feminino da Uefa.
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Olhando agora para a visibilidade e comunicação, temos a Rozzeira, primeira revista dedicada à mulher no futebol do Brasil. A jornalista alagoana Jay Oliveira e o publicitário Claudio Campos, são os fundadores da revista que tem como propósito ser um espaço para criação, compartilhamento e discussão sobre a mulher no futebol, elevando o papel feminino e sua luta diária por espaço na modalidade.
É importante ressaltar que os investimentos nessa área possuem chances de abertura por conta das diferentes necessidades e por ser um espaço em desenvolvimento devido a falta de investimento e visibilidade. Segundo relatório da The Sports Consultancy (TSC) e da empresa de consultoria de negócios e contabilidade BDO, a demanda pelo esporte feminino, principalmente entre o público mais jovem vem crescendo, 44% os fãs de esportes globais com idades entre 18 e 24 anos preferem assistir esportes femininos aos masculinos, em comparação com apenas 16% entre a faixa etária de 55 anos ou mais.
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