Recentemente a empresa Volkswagen lançou um comercial em comemoração aos 70 anos de funcionamento da empresa no Brasil, fazendo uma homenagem às diferentes gerações, o dueto póstumo entre Elis e Maria Rita que já conta com mais de 10 milhões de visualizações no Youtube dividiu opiniões.
Quem acompanhou os comentários sobre o comercial, percebeu a surpresa do público diante da capacidade que a tecnologia tem de criar imagens, inclusive de pessoas que já faleceram. Na publicação de hoje, vamos falar sobre a Grief Tech, em tradução livre, a Tecnologia do Luto que é o termo utilizado para nomear a tendência que utiliza a tecnologia para trazer uma nova forma de vivenciar o luto ou de planejar a morte. Dados do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) apontam que o faturamento anual do segmento no país ultrapassa os R$ 7 bilhões, diante desse cenário novos negócios estão surgindo.
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Algumas empresas decidiram, por meio da tecnologia, ressignificar o conceito de luto e propor uma nova jornada diante da morte. O primeiro exemplo é a chamada “doula da morte”, serviço prestado pela empresa The Art Of Dying localizada em Fort Worth no Texas. O serviço consiste na prática de planejar e apoiar as pessoas durante a morte. Semelhante ao papel de apoiar as pessoas durante o processo de nascimento, esse grupo tem ajudado as pessoas durante a morte. Ashley Johnson, presidente da National End-of-Life Doula Alliance, destaca que a organização cresceu para mais de 1.500 membros em todo o país desde a sua criação em 2018. E durante a pandemia do COVID-19 houve um aumento de interesse em doulas da morte.
O próximo exemplo envolve tecnologia baseada em IA desenvolvendo avatares de pessoas falecidas, assim como vimos a Elis ao lado da filha, tem gente que já vem pensando na possibilidade de utilizar memórias de uma maneira mais interativa. É o caso de James Vlahos, que diante da morte do seu pai decidiu criar o “Dadbot”, uma espécie de chatbot capaz de reviver histórias por meio de mensagens de texto, áudio, imagens e vídeo. Essa experiência pessoal influenciou Vlahos a lançar a HereAfter AI, uma empresa com sede nos Estados Unidos que permite o armazenamento de memórias, que serão transformadas em um “avatar de história de vida” que pode ser comunicado por amigos e familiares.
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No mesmo sentido, as empresas IA Luka e Replika, lideraram o desenvolvimento de representações virtuais da pessoa falecida. Ao usar dados de nossa pegada digital, como mensagens de texto e postagens de mídia social, avatares ou chatbots do falecido podem interagir com os membros da família. Continuando com o armazenamento de memórias e registros de entes falecidos, temos o exemplo da startup brasileira Misyu, que além de oferecer o serviço de “cápsula do tempo” permite a programação de envios de pedidos de desculpas, mensagens que expressam saudades por alguém e o registro de testamentos e de listas de últimos desejos.
Já a empresa Guardadoria, trabalha com o momento antes da morte, quando a pessoa decide planejar a sua despedida. No momento em que algo acontece, seja uma hospitalização ou a eventual morte, um guardião nomeado previamente pelo contratante do serviço pode solicitar a liberação desses registros guardados em diferentes formatos.
A Amazon apresentou um recurso que faz com que a Alexa imite vozes de pessoas que já faleceram. A apresentação dessa função foi feita por Rohit Prasad, cientista-chefe. A demonstração ocorreu durante a conferência anual MARS e deixou muitas pessoas interessadas na possibilidade. O Amazon Echo pode gravar os livros de narração falecidos para seus filhos e netos. A plataforma de genealogia MyHeritage usa IA generativa para animar fotos antigas de família.
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