As medidas de isolamento impostas pela pandemia trouxeram a necessidade de fechar restaurantes para o público e consequentemente acelerou a adoção de serviços deliverys. Com isso, surgiu um novo conceito de negócio: as cozinhas fantasmas. Elas são espaços que funcionam apenas para preparar as refeições que serão entregues a domicílio ou disponibilizadas no serviço pegue e leve, deixando a estrutura mais enxuta e com possibilidade de ser compartilhada.
De acordo com estimativas do Euromonitor, as cozinhas fantasmas podem ser um negócio de US $ 1 trilhão até 2030. Inclusive, alguns players deste mercado estão apostando nelas e é daí que vêm as inovações que vamos trazer agora.
A primeira inovação é da rede americana de comida Chipotle, que lançou em novembro do ano passado a sua cozinha digital. O local é um protótipo de café digital que opera exclusivamente para pegue e leve ou delivery, sem opções de comer no local. Também nos Estados Unidos, a rede de supermercados Kroger fez parceria com a startup ClusterTruck para produzir uma variedade de refeições sob demanda preparadas na hora, sem serviço ou taxas de entrega, em cozinhas fantasmas.
A empresa Zuul já nasceu como cozinha fantasma e só cresceu na pandemia, expandindo para Nova York. A startup Kitch se propõe a ser o Airbnb de cozinhas fantasmas, já que conecta restaurantes locais a operadores de hotéis, donos de restaurantes e outras empresas de alimentos que alugam suas cozinhas fora dos horários de pico. O ex-CEO da Uber investiu em uma startup, chamada Cloud Kitchens, que aluga o espaço físico todo equipado para que empresas montem suas cozinhas fantasmas e ainda disponibiliza a tecnologia e logística de entrega. Já a Nextbit é uma espécie de market place de restaurantes que só existem para entregas.
No Brasil, este movimento já começou. E o primeiro passo foi dado em agosto do ano passado pelo Burger King, que abriu sua primeira cozinha fantasma do mundo em São Paulo. A unidade foi criada tanto para atender o próprio Burger King como também a rede Popeyes. Outra cria brasileira é a startup Mimic, que oferece um espaço extra para o restaurante produzir seus pratos quando ele não dá conta dos pedidos de delivery por apps. Além disso, ela usa tecnologias como internet das coisas para melhorar o processo de entrega com qualidade dos restaurantes parceiros.
É importante observar esse movimento de mercado porque pode virar uma boa oportunidade de negócios.