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Estilo de vida contemporâneo abre espaço para “novas famílias”

By 2 de maio de 2023Blog

O estilo de vida das pessoas está mudando e isso impacta diretamente em como elas definem e se constituem como família. A começar porque cada vez mais pessoas estão decidindo ativamente não ter filhos. No lugar deles, estão escolhendo colegas de quarto, círculos sociais com quem compartilhar suas vidas e interesses e até os pets. Isso reflete um aumento no individualismo e nos valores de independência, solteirismo, convivência e conexões digitais.

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Essas atitudes estão se refletindo nos números. Um estudo do Pew Research Center, realizado em 2021, mostrou que 37% das pessoas com menos de 40 anos ainda sem filhos disseram que consideravam improvável que tivessem filhos. Os resultados também indicam que os não pais de 18 a 49 anos que achavam que não teriam filhos aumentaram de 37% em 2018 para 44% em 2021. Os motivos variam de pressão e estresses ambientais, passando pelo custo de vida crescente, a simplesmente decidir que não queriam ter filhos.

Já o IBGE, identificou que  em 10 anos o número de casais sem filhos no Brasil passou de 15% para 20%. Enquanto o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios –  identificou que 28,29% dos jovens brasileiros não cogitam ter filhos. Desses, 25,47% afirmaram: “não, tenho outras prioridades” e 2,82% constataram: “o mundo já tem gente demais”.

Esse movimento está lentamente acontecendo e impulsionando uma mudança no ser social, ou seja, as relações familiares estão passando a ter uma definição comunitária para abranger outras pessoas com ideias semelhantes e conexões construídas em um terreno comum. No mundo físico, por exemplo, dá para citar o colivings, que é um conceito de moradia compartilhada entre pessoas que buscam senso de comunidade, economia e um estilo de vida sustentável, como reflexo dessa mudança de comportamento.

No Brasil, existem alguns colivings:

  • Kaza – foi o primeiro com esse conceito no Brasil. Localizado em São Paulo, o local tem como objetivo receber jovens executivos e estudantes, que buscavam independência para morar ou que precisavam dividir um espaço para suprir suas necessidades financeiras;
  • Uliving – voltado para estudantes universitários, inclusive exige comprovante de matrícula, esse coliving tem unidades em três cidades do estado de São Paulo, uma unidade na cidade do Rio de Janeiro e outra em Porto Alegre;
  • Vila Con Viver – fica em Campinas e é voltada para aposentados que querem viver em esquema de cohousing.

Nos meios digitais, esse movimento se apresenta desde a utilização de hashtags e grupos fechados para que pessoas com interesses semelhantes se conectem para formar comunidades on-line e eventualmente com encontros presenciais. Passando por redes sociais segmentadas, com conceitos mais intimistas e voltadas para criadores e comunidades por interesses, hobbies e temas específicos,  que estão surgindo de forma descentralizada. É o caso da Niche, que está no ar em formato beta, mas promete disponibilizar grupos segmentados só que com alguns diferenciais: não exibir anúncios para as pessoas nos grupos; ganhar dinheiro quando ajudar os criadores a ganhar dinheiro ou quando ajudar os usuários a encontrar conteúdos valiosos. Para que tudo isso funcione, a plataforma está sendo construída com tecnologia blockchain que permite aos participantes criar NFTs e comercializar dentro da plataforma.

Outros exemplos de comunidades de nicho são:

  • Kaboodle – rede social gratuita voltada para pessoas que gostam de fazer compras. O site não vende nada – existe apenas para ajudar as pessoas a compartilhar informações e se relacionar com o interesse comum em compras;
  • Ravelry é um site comunitário gratuito para tricoteiros, crocheteiros, designers, fiandeiros e tintureiros – praticamente qualquer pessoa que trabalhe com fios e padrões. O site visa ajudar os usuários a “organizar, compartilhar e descobrir” dentro da comunidade de artesãos de fios;
  • Flixster –  site comunitário gratuito para fãs de cinema que fornece informações sobre filmes atualmente ou em breve nos cinemas, perfis de atores, fã-clubes, fofocas de celebridades, notícias de filmes, videoclipes e recursos interativos como fóruns e questionários de usuários.

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Tudo isso mostra como a sociedade vai se reorganizando para ir além dos nichos familiares. Para algumas pessoas, o objetivo principal não é formar uma família como conhecemos hoje, mas ter essa experiência em comunidade, com quem tem interesses similares.

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*Material produzido a partir de um conteúdo da coolhunting Sabina Deweik