Já imaginou tomar um suco servido em um copo feito a partir do bagaço da laranja, impresso ali na sua frente?
Pois é, isso já é possível na Itália! O estúdio de design Carlo Ratti Association lançou, este ano, um protótipo que transforma as sobras de casca de laranja em copos descartáveis de bioplástico. A máquina espreme as laranjas, retira o sumo, moe o bagaço, que é misturado com um ácido orgânico (ácido polilático), e é enviado a uma impressora 3D, que imprime copos recicláveis e podem ser usados para beber o suco de laranja fresco. Com um design arrojado, a “feel the peel”, como é chamada, tem 3 metros de altura e comporta 1500 laranjas em sua cúpula. Vê-la funcionar se tornou uma verdadeira experiência curiosa e imersiva. Veja o vídeo
Inovações como estas são reflexos da expectativa de uma parcela cada vez maior de consumidores que estão preocupados com o desperdício e querem consumir de forma sustentável. A “Feel the peel” mostra que, às vezes, inovar em coisas consideradas simples pode ter impacto muito maior sobre os indivíduos. Neste caso, a economia circular, que é aquela que algo ia para o lixo, no caso a casca), passa por uma transformação e volta para cadeia produtiva, está bastante tangível para os consumidores. Além disso, o design e o funcionamento da máquina foi todo feito para que o consumidor mergulhe no processo. É interessante ter a experiência de ver a laranja se transformando em copo para que a pessoa beba seu próprio suco.
Mas o tema aqui é muito mais amplo e trata da necessidade de pensar seriamente em reduzir os impactos ambientais, desde a produção até a distribuição. Inclusive, a partir de 2020, ser sustentável vai deixar de ser uma escolha ou um “status” para se tornar uma obrigação! Quem se recusar a encarar os impactos ambientais de forma séria, vai ser muito pressionado pelos consumidores que estão cada vez mais preocupados com o futuro do planeta. Os copos bioplásticos impressos em 3D fazem parte de uma frente que está crescendo muito que é o ecodesign. Embalagens compostáveis, retornáveis, reutilizáveis, recicláveis e até comestíveis estão ganhando mercado e vai ser um grande diferencial nos próximos anos.