Com a necessidade urgente de combater o aquecimento global, cultivar carnes em células e desenvolver em laboratório é uma das apostas para que as pessoas possam acessar a proteína animal sem tanta degradação ambiental, inclusive evitando o abate dos animais. Para quem ainda não sabe, a produção de carne é responsável pela emissão de gases poluentes e acelera os efeitos do aquecimento global, além de desmatar bastante a natureza. Em 2022, o consumo de carne bovina atingiu 24,2 quilos por habitante, o menor nível em 18 anos no Brasil. Os dados foram divulgados pela Consultoria Agro do Banco Itaú BBA. Segundo o relatório, esse foi o quarto ano consecutivo de recuo no consumo per capita.
O processo para a produção da carne à base de célula envolve retirar células de um animal vivo e colocá-las em um meio de crescimento dentro de um biorreator, para que possam se transformar em gordura e músculo. Diversas iniciativas pelo mundo estão apostando nessa inovação e a gente vai falar sobre algumas delas.
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O primeiro exemplo vem da Universidade de Osaka, no Japão, os cientistas de lá conseguiram criar carne wagyu, o corte mais caro do mundo, usando impressora 3D. Para conseguir chegar a uma versão parecida com a real, os cientistas tiraram de vacas wagyu dois tipos de células-tronco, que foram modificadas em laboratório até se transformarem na carne que eles queriam criar. Essa pesquisa ainda deve ser mais trabalhada para chegar ao consumo humano, mas deixaram cientistas bem animados com as possibilidades.
Duas outras iniciativas estão apostando na criação de caviar cultivado em células. A primeira vem da Holanda, onde cientistas da Wageningen University & Research e da startup Geneus Biotech formaram parceria em um projeto para desenvolver o que chamarão de Magiccaviar, um produto de ovas de peixe cultivado em células in vitro. A segunda iniciativa vem do Reino Unido, onde cientistas da Caviar Biotec e da University College London cultivaram caviar ‘limpo’ em um líquido bioquímico, usando células do saco de ovos de um peixe que foram replicadas em laboratório. Essa tecnologia conseguiu criar mais caviar em uma sala de 300 metros quadrados do que é produzido globalmente a cada ano na natureza. Quem sabe num futuro próximo, o caviar não será acessível para muita gente né?
Um outro exemplo é a Upside Foods. Com sede na Califórnia, a empresa é conhecida por seu frango cultivado em células. Inclusive, esse frango está só aguardando a aprovação dos órgãos reguladores dos Estados Unidos para ser vendido ao público e utilizado em alguns restaurantes famosos que a startup já firmou parceria. Além disso, a empresa comprou recentemente a Cultured Decadence, startup que desenvolve lagostas, vieiras e outros frutos do mar cultivados à base de célula aumentando sua fatia no mercado e a variedade de produtos. carnes
Outras inovações são a startup israelense Wanda Fish Technologies, que produz uma grande variedade de filés de peixe usando práticas sustentáveis de cultivo de células em laboratório, e a startup americana Primeval Foods, que utiliza células de animais exóticos para criar em laboratório bifes de tigre e hambúrgueres de leão. carnes
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O Brasil deve ter carnes feitas em laboratório nas prateleiras de supermercado entre 2024 e 2025. É o que espera a BRF, uma das maiores empresas do setor de alimentos do mundo. O produto foi desenvolvido pela startup israelense Aleph Farm, que já implementou a tecnologia necessária em outros países.
Saindo um pouco das carnes, tem a startup de leite baseada em células chamada TurtleTree, que deve lançar seus produtos ainda este ano. carnes
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