As casas de apostas esportivas, as famosas Bets, estão crescendo cada vez mais, o mercado foi impulsionado mundialmente após o seu crescimento durante a Copa do Mundo de 2022, e isso reflete economicamente em diferentes setores.
Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Datasenado, nomeado de Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento, mostrou que 13% dos brasileiros com 16 anos ou mais — o equivalente a 22,13 milhões de pessoas — declararam ter investido nas “bets”. Analisando o perfil dos usuários, quando olhamos para as porcentagens, as mulheres representam 38%, já os homens equivalem a 62%. E sobre a idade, a maioria têm entre 16 e 39 anos. Outro fator que impacta, é a escolaridade dos apostadores, 40% têm o ensino médio completo, outros 23% têm o ensino fundamental incompleto e 20% têm o ensino superior incompleto ou mais.
Veja também: O que as empresas de investimento precisam aprender com as bets?
Olhando para as projeções financeiras e como os perfis moldam esse segmento, surge a preocupação diante da forma como os Brasileiros estão lidando com suas finanças. Uma pesquisa do Santander mostrou que, desde 2018, o percentual da renda familiar gasto com apostas passou de 0,8% para 1,9%, podendo chegar a 2,4%, de acordo com estimativas feitas com base em dados do Banco Central.
Refletindo em diversos setores, o varejo ganha destaque pelo impacto desse comportamento, pois tem percebido que compras de alimentos, roupas, móveis, eletrônicos, produtos de beleza, medicamentos e outros, estão perderam espaço, saindo de 63% em 2021, chegando a 57% em 2023. E, recentemente, sentido essas mudanças e pensando no futuro, o setor varejista produziu um manifesto que lista os impactos negativos das bets, o documento assinado por entidades como Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e Associação Brasileira de Franchising (ABF) foi compartilhado no final da edição do principal evento de varejo do País, a Latam Retail Show, que aconteceu em São Paulo.
Outro setor impactado é a área da saúde que mesmo diante da regulamentação das bets no Brasil, existiu pouca ênfase à discussão e definição de questões ligadas à saúde pública. Ainda sim é possível trazer uma iniciativa que envolve a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) consiste em uma ação pioneira para combater o vício em apostas no Brasil. Em parceria com uma plataforma especializada em saúde mental, a associação oferecerá tratamento gratuito presencial na capital paulista e online para apostadores que desenvolveram transtorno compulsivo.
Por outro lado, existem mercados que aumentam suas possibilidades, começando pelo financeiro com a fintech Pay4Fun, uma plataforma de pagamentos online, que atua no setor de entretenimento e apostas esportivas. Autorizada pelo Banco Central do Brasil (Bacen), possui mais de 2 milhões de usuários e anunciou o lançamento da primeira conta digital totalmente focada no segmento de apostas online, trazendo fluidez para as transações.
Já no entretenimento, a BetBox tv é o canal dedicado a programação para quem deseja saber mais sobre o universo das apostas esportivas, o primeiro e único canal dedicado ao mundo das apostas esportivas, cassinos e jogos digitais presente em plataformas como youtube e em canal fechado.
Veja também: O perfil dos gamers brasileiros e as formas de se conectar com eles
Bom, podemos perceber que as apostas fazem sucesso entre os brasileiros, e em termos de regulamentação, desde 2018 apostas de quota fixa de eventos esportivos são legalizadas, percebendo a movimentação acerca das apostas online em 2023 uma Medida Provisória foi enviada ao Congresso Nacional para aprimorar a Lei de 2018 incluindo as Bets. Inclusive, neste mês, a Anatel divulgou uma lista com 210 bets de 96 empresas na lista nacional, as empresas notificadas sairão do ar nos próximos dias por descumprirem a recente regulamentação.
A regulamentação envolve diferentes níveis de adequações, além de questões burocráticas existe a preocupação com partes mais visíveis. A gente vê esse movimento em outros países como a Itália, o primeiro membro da União Europeia a legalizar, licenciar e regulamentar as apostas online. O país recentemente multou a plataforma X por violar proibições existentes no país desde 2019 acerca da publicidade de jogos de azar. Já a liga inglesa aprovou a retirada dos patrocínios das casas de apostas da frente das camisas dos times. Os clubes terão até o fim da temporada 2025/26 para fazer isso.
No Brasil, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) proibiu que clubes afiliados façam propagandas no geral e em seus uniformes de casas de apostas que estejam em situação irregular no país. As regulamentações e tentativas de impor limites diante do funcionamento das casas de apostas, espelham como os impactos vêm transformando diversos âmbitos sociais, e unindo a paixão por esporte a adrenalina da aposta.
Fale com a Mescla
Para saber como a Mescla pode te ajudar, entre em contato através do nosso Whatsapp clicando aqui. E se quiser receber a nossa mistura mensal de tendências e inovação, é só assinar a news.