A tão falada tecnologia 5G, que deixa a internet móvel pelo menos 20 vezes mais rápida do que a 4G que utilizamos hoje, está sendo implementada no Brasil. A primeira cidade habilitada foi Brasília, seguida de Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa. O prazo para todas as capitais receberem o 5G é 29 de setembro de 2022 e a previsão é alcançar todas as cidades brasileiras até dezembro de 2029. No mundo, o país que mais utiliza a cobertura 5G é a Coreia do Sul, que foi o primeiro país a lançá-la comercialmente para a população em geral.
Para se ter uma ideia da diferença de velocidade, o download de um filme de 25 gigabytes em uma rede 4G leva uma média de 35 minutos, já no 5G leva 21 segundos. Além disso, a nova tecnologia deixa quase inexistente o tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet, que causa o famoso delay, e possibilita a conexão simultânea de diversos equipamentos sem sobrecarregar a rede. Por isso, é o 5G que serve de base para outras tantas tecnologias, que incluem desde os carros autônomos até as cidades inteligentes.
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Foi a partir do acesso ao 5G que alguns mercados começaram a desenvolver aplicações que nos próximos anos devem ficar cada vez mais comuns no nosso dia a dia. Um exemplo foi o lançamento do 5G comercial na Coréia do Sul, onde a companhia telefônica SK Telecom criou uma aula de futebol à distância entre uma criança fã do esporte em Seul e seu ídolo que estava jogando em Londres. Os dois foram conectados por meio de uma chamada de vídeo 5G, que foi imediatamente transmitida para uma tela gigante em um estádio sul-coreano. Eles conversavam como se estivessem um ao lado do outro, sem delay, o jogador ensinou a criança a chutar, a driblar e em um determinado momento eles chegaram a jogar juntos com a imagem do jogador projetada em holograma.
SK Telecom criou uma aula de futebol à distância
Já em Barcelona, foi a tecnologia 5G que possibilitou uma experiência imersiva em um passeio turístico pela cidade. O projeto chamado “Turismo Aumentado 5G” trouxe uma tela interativa transparente na janela frontal do ônibus, onde um conteúdo multimídia fica sobreposto à realidade vista através do vidro com informações e detalhes dos pontos visitados. Os passageiros puderam observar não só o ponto turístico, mas também acessar outras informações e visualização além daquela que estava sendo vista de forma física. Por exemplo, ao passar por uma das fontes que estava desligada por causa do inverno, os turistas tiveram a experiência de vê-la em funcionamento com a realidade aumentada aplicada no vidro do ônibus.
Uma outra aplicação da tecnologia 5G é na prevenção de acidentes de trânsito. A empresa alemã Vodafone e o desenvolvedor de tecnologia Continental estão trabalhando juntas em uma espécie de “escudo de segurança digital“, em que os smartphones de ciclistas e pedestres e os computadores de bordo dos carros se conectam a uma inteligência artificial que consegue antecipar se os caminhos vão se cruzar de forma perigosa. Caso isso aconteça, ele emite um aviso alertando a todos com tempo hábil para que eles possam buscar alternativas para desviar rotas e consequentemente evitar o acidente. Essa aplicação ainda está em desenvolvimento, mas segundo as empresas, com resultados promissores.
Escudo de segurança digital em desenvolvimento pela Vodafone e Continental
Além disso, a tecnologia 5G vai mudar a forma como acessamos algumas aplicações que já estão no nosso cotidiano. Uma delas é a internet fixa que usamos em casa ou no trabalho. Atualmente é necessária uma infraestrutura fixa de cabo ou fibra óptica. Mas a previsão é que com 5G nada disso seja necessário na nossa residência e que a conexão seja ainda mais rápida por meio do wifi 5G. Um outro setor que vai receber esse impacto é do entretenimento, jogos e streamings poderão ter as aplicações de realidades virtual, aumentada e estendida mais acessíveis que nunca.
Contraponto
O outro lado da adoção de tecnologias como o 5G. Um relatório organizado por 29 cientistas reuniu quase 2.000 artigos que indicam riscos ligados à saúde por causa das ondas eletromagnéticas de transmissão de dados sem fio (Wi-Fi) e suas gerações (1G, 2G, 3G, 4G, 5G). Doenças como distúrbios do sono, geração de prematuros, perda de memória, doenças neurodegenerativas, entre outros, estão sendo relacionadas a essas ondas eletromagnéticas. Por isso, não dá para perder a atenção sobre os riscos da exposição cada vez mais forte que todos terão.
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