As restrições impostas pela Covid 19 deixaram claro o quanto precisamos nos conectar com outras pessoas e como essa ausência faz falta. Por outro lado, já havia um movimento que estava transformando a forma como todos lidam com os relacionamentos afetivos, a pandemia só fez este movimento se acelerar.
Aplicativos de relacionamentos como o Tinder já eram bastante utilizados em uma determinada faixa da população, mas a pandemia da Covid – 19 fez com que não só mais gente aderissem a eles, como também trouxe a possibilidade de várias inovações nesta área.
O primeiro exemplo é do o próprio Tinder, que já surgiu na indústria como uma inovação ao gamificar os relacionamentos e agora começou a ampliar as conexões, implementando novos recursos. Um deles chama “Modo Global”, que derruba a barreira geográfica e deixa o usuário encontrar pessoas de qualquer parte do mundo. Além disso, o aplicativo introduziu as videochamadas para os usuários que derem match poderem se ver por vídeo, caso queiram. Um recurso similar é adotado pelo Bumble, aplicativo de relacionamento, onde fica sob responsabilidade das mulheres a primeira iniciativa.
Em muitas plataformas, as inovações vão além da tecnologia e passam a trabalhar nichos específicos. É o caso do Align, que usa a astrologia para propor conexões, tem também o Bristlr, destinado à quem gostam de pessoas com barba, e o DNA Romance, dedicado para quem quer encontrar um novo amor baseado na ciência. Após fazer o teste de DNA, o usuário preenche seu perfil e manda o resultado para plataforma, que vai buscar quais os perfis mais compatíveis com o do usuário de acordo com DNA apresentado, considerando química sexual, a compatibilidade de personalidade e a atração física.
Os casais também não ficaram de fora dessas inovações. Aplicativos como o Love Nudge e o CoupleGame, são dedicados a casais em início de relacionamento que querem saber mais um sobre o outro. Já o DateNight ajuda casais já estabelecidos a ter ideias e programas a dois com listas categorizadas de acordo com o gosto do casal.
Alguns questionamentos surgem diante desse novo protocolo de relacionamento. Um deles é se é possível esperar um relacionamento duradouro à partir desse formato. O aplicativo Bumble, onde as mulheres tomam a iniciativa, fez uma pesquisa este ano com suas usuárias e elencou os principais motivos que as levam a aderir o app. Segundo a pesquisa, 65% querem encontrar um parceiro para uma relação duradoura, seguido por 64% que querem conhecer pessoas que não conheceriam de outra forma e 43% afirmaram que utilizam o app para ficar com alguém.
Inovações para quem quer sair do digital e partir para um encontro presencial, mas quer manter as recomendações sanitárias também foram pensadas. O Japão desenvolveu a C-face, máscara facial inteligente que consegue digitar o que a pessoa fala, em oito idiomas diferentes, e ainda amplifica a voz que pode ser facilmente ouvida através da máscara. Já a cerveja neozelandesa Emerson’s criou o Tiny Pub, um bar pop-up com espaço para dois clientes, um barman e um piano muito pequeno. A proposta do bar era ajudar as pessoas a se socializarem com segurança após a flexibilização. O local podia ser reservado por 27 minutos e a turnê do bar pop up pelo país foi tão bem sucedidas que todos os horários disponíveis para o mês de julho foram reservados em 48 horas.
O que fica claro é que o ser humano precisa de conexão, mas cada vez a barreira entre o físico e o digital não vai ser tão percebida.