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Apostas Mescla 2022

By 18 de janeiro de 2022janeiro 20th, 2022Blog

Todos os anos a Mescla faz uma lista de possibilidades, dentro de segmentos específicos, dos assuntos e comportamentos que devem crescer durante o ano. São projeções baseadas nos movimentos de mudança que estão acontecendo no mundo, atreladas ao contexto Brasil/Nordeste em que vivemos. Em 2022 decidimos priorizar os seguintes segmentos: tecnologia, moda, marketing e branding, gastronomia, saúde, varejos, turismo e hospitalidade, e estilo de vida. Vamos às apostas 2022?

Tecnologia

A primeira aposta é o metaverso, que já era um tópico quente do meio para o fim de 2021, com a entrada do ex-Facebook, hoje Meta, no mercado. Pois é, o metaverso deve se aprimorar ainda mais, inclusive se utilizando do universo dos jogos, onde já dá para experimentar como essa nova cultura digital funciona, e evoluir para oferecer às pessoas e marcas um novo lugar para interagir, criar, consumir e ganhar. Empresas para observarmos: Tencent, empresa chinesa que tem um ecossistema no metaverso; Biobots, agência especializada em criar influenciadores digitais no metaverso, como a Satiko, da Sabrina Sato;  e a Aglet, empresa que lançou seu tênis no metaverso/ games e se tiver boas vendas vem para o mundo físico.

A segunda aposta está crescendo junto com o movimento do metaverso. As criptomoedas não são novidades, mas ganham mais relevância e novos entrantes porque grande parte das transações comerciais do mundo digital, especialmente nos games, é feita através delas. No mundo físico a gente já vê muitos lugares aceitando pagamentos com elas. Então, a nossa dica é entender o seu funcionamento e começar, quem sabe, a investir. Vamos observar:  a Diem, criptomoeda do Facebook; o Luiz Gabriel,  jovem especialista em criptomoedas; e a Etherium, comunidade de gerenciamento de criptomoedas.

A terceira aposta para 2022 vem em forma de alerta, especialmente por ser um ano de eleições gerais. As campanhas de desinformação vão continuar muito fortes, mas com um agravante: o deepfake, que é aquela técnica que usa inteligência artificial e deep learning para criar áudios e vídeos de pessoas dizendo ou fazendo coisas que nunca disseram ou fizeram. Pois é, a tecnologia está cada vez mais acessível, tem até aplicativos para isso, então é fundamental estar atento para não ser enganado! Sites de checagem para favoritar: Agência Lupa, Aos Fatos e Fato ou fake

Saúde e bem-estar

A primeira aposta é a Saúde em qualquer lugar. A tecnologia chega para nos dar suporte e tornar mais acessível e analítica nossa saúde. Smartwatches, dispositivos médicos vestíveis e aplicativos ajudam as pessoas a monitorar seu corpo 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao ter no pulso diversos recursos, como monitoramento do sono, caminhadas, corridas e medidor cardíaco. Seu impacto pode aumentar se médicos confiam em sua utilidade e as pessoas sentem que seus dados estão seguros. Os smartwatches já salvaram vidas alertando usuários, como caso de problemas cardíacos. Uma das empresas mais conceituadas hoje nesse mercado é a Fitbit, mas existem uma variedades de apps como Calm, Lojong, Sleep Cycle 

A segunda aposta é o bem-estar mental e emocional. À medida que o mundo se torna mais sábio para essas questões, nós como sociedade estamos começando a nos tornar mais maduros na adoção generalizada de programas, ferramentas, e tecnologias que abordam problemas e promovem uma boa saúde. Os smartphones, sempre presentes, oferecem um número crescente de aplicativos que funcionam com  dispositivos de neurofeedback vestíveis, como Mendi e Muse. As empresas também entenderam os benefícios de cuidar da mente de seus funcionários e estão implantando sistemas de suporte como o grupos de recursos de funcionários (ERGs), que promovem locais de trabalho inclusivos e criam um sentimento de comunidade mais próximo. A Etsy também possui programas de saúde mental para os colaboradores.

A terceira aposta é a saúde consciente. No isolamento, as pessoas se perceberam mais atentas aos elementos que impactam sua saúde e bem-estar, como alimentação, sono, atividades físicas, fadiga de telas e trabalho. E agora elas estão buscando soluções para equilibrar suas vidas, mais conscientes dos cuidados necessários para sua saúde e imunidade. Isso vai da escolha das compras até os serviços focados no fitness. Marcas estão investindo em conteúdos de saúde e bem-estar para fazer as pessoas falarem e se envolverem, como a Holistix. A Pukka Herbs oferece produtos de chá de ervas com ingredientes orgânicos 100% certificados e de origem ética. Também fornece aos consumidores, preocupados com a saúde, programas de bem-estar que abordam áreas específicas como sono. 

Varejo

A primeira aposta é a tendência do Localismo. Mesmo com o boom das compras digitais, vemos pessoas escolhendo a compra local. As motivações são a disponibilidade, a conveniência e velocidade. Além disso, a Covid-19 impulsionou o aumento no “localismo”, já que vimos os consumidores desejando apoiar sua comunidade e os negócios locais. O efeito desse movimento é percebido também com marcas locais ganhando espaços em shoppings como a Maritme Club e a Baska. Ou também se projetando no mercado, trazendo reconhecimento e conexão como a Alagoane-se, Marina Ferro Handmade e Arqui Brand.

A segunda  aposta é o ponto de venda social. A mídia social está tornando as linhas fluidas entre ser usuário do aplicativo e consumidor de varejo. As marcas estão cada vez mais presentes produzindo conteúdo e buscando vendas.  Grandes marcas como Burberry usa vídeos pequenos e o Facebook Live para dar vida aos seus produtos. Nesse mesmo sentido, a marca local Lucia Bastos investe em microvídeos para o feed. Já a Havaianas criou a HavaLive com influencers, além de muito conteúdo inspiracional com seus lookbooks.

A terceira aposta é o consumidor sócio político. Em 2022, a gente vai ver cada vez mais pessoas querendo o envolvimento das marcas em pautas políticas, ambientais, econômicas e sociais, e mais: as respostas têm que estar alinhadas aos seus valores e princípios. Com foco nessa tendência, a designer britânica Bethany Williams traz o conceito “pessoas antes de produtos” e elabora coleções com tecidos sustentáveis, em parceria com centros de pessoas em situação de vulnerabilidade social. A Panty’s vende calcinhas absorventes sustentáveis e abraça a luta contra a pobreza menstrual. Marcas alagoanas como a Yard e Crua trazem a proposta de moda mais lenta e consciente. Já na pegada de slow biary tem a marca de cosméticos local Alma Lavanda

Saiba mais tendências que estão impactando o varejo no estudo: Futuro dos Mercados – edição varejo

Moda

A primeira aposta é o mercado de segunda mão. Ano passado a gente já havia falado do movimento desse mercado, mas ele deve crescer ainda mais na moda, ou seja, os conhecidos brechós vão ganhar novos adeptos e outras grandes marcas também vão entrar nessa concorrência. Basta olhar para o movimento da Renner ao comprar o brechó on-line Repassa! Aqui em Alagoas a gente destaca o Limonada Vintage Brechó.

A segunda aposta é o crescimento da moda sem gênero. Impulsionada por uma geração que não gosta de rótulos, a moda sem gênero, ou agênero, deve ganhar ainda mais espaço entre as marcas de roupas e acessórios. Quem acompanha os fashionistas já deve ter percebido que a escolha das peças não está mais limitada à seção masculina ou feminina. Gigantes como a C&A já havia lançado coleções agênero. Marcas brasileiras como LED e Trendt tem modelagens que caem bem para qualquer gênero.  

A terceira e última aposta é voltada para a inclusão e diversidade na moda. Cada vez mais vemos as marcas preocupadas com os diversos tipos de corpos e isso se reflete não só na modelagem como também na publicidade.  Um exemplo brasileiro é a ADA, que mantém uma tabela de medidas inclusiva, com 28 tamanhos (7 tamanhos disponíveis, do XPP ao XGG, todos ofertados em 4 comprimentos).

Gastronomia

A primeira aposta são as experiências gastronômicas “mão na massa”. Depois de virarem “chefs” em casa na pandemia, muitos encontraram nas degustações e culinária virtuais e autodidatas experiências importantes e terapêuticas para aliviar o estresse e construir conexões. A Easy drinks e o restaurante Outback criaram suas versões “faça você mesmo” para drinks em casa. A Mr. Flavour além dos kits de coquetéis, oferece as masterclass de como prepará-los de forma profissional. Já o restaurante Ser-Afim, em Maceió, criou o próprio curso para receitas veganas e vegetarianas, característica marcante da casa. 

Nossa segunda aposta é a tendência “alimente a mente”, que oferece formulações multisensoriais de alimentos e bebidas como solução para o bem-estar físico, mental e emocional. Os famosos shots matinais, além de trazer ingredientes de performance, trabalham emoções, como é o caso dos da SImply Well. A gente também vai ver, cada vez mais, consumidores procurando alimentos e bebidas funcionais que possam ajudar a focar, relaxar e aliviar as emoções. Por aqui, a cafeteria Le Brulé oferece em seu cardápio doces funcionais com a pegada mindful eating da linha Lev Fun

A terceira aposta é a tendência Saúde é riqueza. A pandemia é claramente um impulsionadora para que as pessoas façam mais esforços para serem mais saudáveis. Assim, elas estão buscando fazer melhores escolhas alimentares, ou seja, comida mais natural, sem tanto açúcar, sódio e também bebidas sem álcool. Apesar dessa tendência estar em ascensão, é importante lembrar que ainda existe espaço para indulgência, então os bares e restaurantes devem balancear os menus. Pensando em atender essa nova necessidade de consumo, a Corona, por exemplo, apresentou a Sunbrew, a primeira cerveja sem álcool do mundo infundida com vitamina D. Já a Grazie, em Maceió, oferece pizzas feitas com fermentação natural. Enquanto a Lina Health Food tem várias opções de comidinhas deliciosas sem glúten, sem açúcar, e sem lactose. 

Turismo e hospitalidade

A primeira aposta é viagem pet friendly. O número de adoções aumentou durante a pandemia, dados da Uipa – União Internacional Protetora dos Animais – mostram que cresceu em 400% a procura de animais para adoção. Com a flexibilização, as pessoas estão voltando a viajar e agora querem levar junto os seus bichinhos, o que inclui desde o transporte, passando pela estrutura adequada, até a alimentação. Não é mais incomum vermos pessoas levarem seus pets no avião e já existem serviços especializados como Pet Friendly Turismo que organiza tudo. Além disso, cada vez mais espaços como hotéis, pousadas, restaurantes e shoppings se adaptam a essa necessidade, como o na  Mata que Canta, Pura Vida, MilkMellow, Black Beef.

A segunda aposta são as viagens de bem-estar. Na  maioria das vezes viajar não significa relaxamento e saudabilidade, por isso, que estão reinventando as experiências para relaxar e recarregar as energias do corpo, mente e espírito. Viajantes em todo mundo estão buscando ativamente destinos, acomodações e experiências que lhe permitam manter uma rotina de condicionamento físico, alimentação saudável e outras atividades associadas com vida de bem-estar. Essa pausa na rotina regular da vida diária contribui para a melhoria proativa da saúde e do bem-estar. Geralmente estão associados a tratamento e experiências holísticas, conexão cósmica e dinâmica recuperação. Na Bahia da Traição, o Paraíso Anaikaui oferece imersão cultural e conexão com a natureza para desacelerar. Outras propostas para ficar de olho são  Six Senses, Amazen, Yotus.

A terceira aposta são as Microaventuras. Como a gente bem sabe, o turismo foi drasticamente impactado com a pandemia. Os viajantes ávidos estão encontrando nas aventuras locais uma solução satisfatória para o bug das viagens. Assim, eles querem maneiras únicas de se envolver com a natureza localmente para excursões menores e mais curtas, e alguns estudos indicam que essas microaventuras são tão impactantes na saúde mental e emocional quanto às viagens tradicionais. Além disso, depois do momento de enclausuramento, as pessoas estão optando por viagens, roteiros e espaços que se concentram no ar livre. Nesse sentido, em Alagoas, o Na Travessia tem proposta de roteiros curtos, diferentes e pouco explorados, totalmente integrados à natureza. Já na França, a marca de viagens Chilowé oferece microaventuras exclusivamente, incentivando os viajantes a viajar localmente e em pequenos grupos, com opções de viagem sustentáveis ​​e menos dispendiosas. E a inglesa Much Better Adventures oferece excursões curtas projetadas para estadias de fim de semana curtas para clientes com estilos de vida agitados e sede de aventura.

Estilo de vida

A primeira aposta é a balance life. Depois de tanto tempo de isolamento, fadiga, perdas, medos e incertezas, as pessoas querem agora o mínimo de controle e estabilidade em suas vidas. Por isso vamos ver crescer a busca por formas de autogerenciamento de rotina e até de inserção de novos hábitos que tornem o dia a dia mais equilibrado. Aplicativos como Fabulous guia a rotina dos usuários na adoção de hábitos mais saudáveis a cada período do dia. Já o Rabit utiliza a gamificação para ajudar a adquirir e monitorar os hábitos. A cada novo objetivo criado, uma semente é plantada no app: completar as metas diárias faz a planta crescer, enquanto passar um dia sem realizar a atividade encerra todo o progresso.

A segunda aposta é a nostalgia. Não é de hoje que estamos tendo impulsos nostálgicos em nossa vida, mas a pandemia fortaleceu ainda mais essa necessidade. E as marcas estão aproveitando esse sentimentalismo para fornecer aos consumidores exaustos e problemáticos um escapismo emocional, trazendo boas lembranças do passado. Um exemplo é a collab Boticário e Bubbaloo que lançaram uma linha de cosméticos com o cheirinho e a textura da calda do chiclete de tutti-frutti. Outra marca que se utiliza muito da nostalgia é a Aff The Hype. Seus produtos e conteúdos são voltados principalmente para o público que cresceu nas décadas de 1990, com muito papel crepom no cabelo e ouvindo MP3.

Já a última aposta em estilo de vida para 2022 é a diversidade nos relacionamentos. Seja na fluidez entre os gêneros, seja na solteirice convicta ou nos novos acordos não monogâmicos. Os relacionamentos estão passando por transformações estruturais. Nesse sentido, a tecnologia está sendo uma grande aliada. Aplicativos como Lover ajuda casais a melhorar a vida sexual, Feeld e #open são para relacionamentos não convencionais. Já o famoso Tinder já está planejando sua plataforma de encontros no metaverso.

Marketing e branding

A primeira aposta é o marketing de comunidade. Pois é, as comunidades estão ganhando cada vez mais relevância, seja no tiktok, no próprio facebook ou em aplicativos como o discord e telegram. Elas dão aos usuários um sentimento de conexão e pertencimento. Existem empresas que acompanham as comunidades para entender o que os usuários desejam, é o caso das livrarias Barnes & Noble, que disponibiliza em suas unidades uma tabela com as “Tendências no #BookTok“. Outras marcas vão além e tem suas próprias comunidades para cocriar com seus consumidores, é o caso da marca de skincare brasileira Sallve.

A segunda aposta é o crescimento das marcas que educam. Cada vez mais vamos ver empresas abrindo cursos para capacitar o mercado. E essa atitude tem diversos ganhos já que elas formam futuros colaboradores, ganham visibilidade e conseguem aumentar a diversidade. Gigantes da tecnologia como Google e Meta já faziam isso e algumas empresas brasileiras estão aderindo, é o caso da Globo que pela primeira vez, neste mês de janeiro, criou um programa para treinamento de desenvolvedores com vagas gratuitas para candidatos de todo o país. Mas a gente nem precisa ir muito longe. Nós da Mescla vez por outra abrimos cursos para treinar futuros pesquisadores.

A terceira e última aposta em marketing e branding é a transparência. Os consumidores estão cada vez mais atentos à postura das marcas, se o que elas dizem realmente praticam e mais, muitos deles estão dando preferência a marcas que tem causas sociopolíticas bem definidas e atuam junto a elas. Então, em 2022 a gente vai ver mais empresas investindo em transparência total. Um exemplo brasileiro é O Boticário, que criou recentemente a plataforma Beleza Transparente. A plataforma compila informações sobre o mercado da beleza e a cadeia produtiva com o objetivo de impulsionar o movimento por mais transparência e sustentabilidade.