O mercado imobiliário está passando por uma transformação significativa. Hoje, o foco é o bem-estar e a qualidade de vida dos moradores. Tendências internacionais apontam uma crescente demanda por imóveis que atendem a questões como conforto climático, integração com a natureza e adequação aos novos formatos familiares. Isso inclui a acomodação de pets, famílias multigeracionais e a necessidade de abrigar a população idosa. Além disso, há um movimento em direção a empreendimentos que favoreçam a interação com a comunidade e o entorno.
O conceito de moradia agora está atrelado ao estilo de vida ideal. A casa não é apenas um lugar para morar, mas um ponto central na vida das pessoas. Durante a pandemia, isso se intensificou, pois as pessoas buscaram ambientes mais saudáveis, seguros e confortáveis. Segundo o Global Wellness Institute, o mercado de imóveis focados no bem-estar pode crescer a taxa anual de 5,3% até 2025, movimentando cerca de $134 bilhões por ano.
Essa crescente conscientização sobre o impacto do ambiente na saúde tem levado os profissionais da construção a adotar práticas holísticas de design. Essas práticas priorizam o uso de materiais saudáveis, otimização da luz natural, ventilação adequada e espaços que incentivam o movimento e a interação social. Esse design não apenas foca na funcionalidade, mas também no bem-estar mental e físico dos moradores.
Um exemplo disso é o One Central Park, em Sydney, Austrália. Este edifício residencial combina arquitetura moderna com design biofílico. Ele se destaca por suas florestas verticais, compostas por plantas nativas e exóticas que oferecem isolamento térmico, redução de consumo de energia e purificação do ar. Além disso, o edifício utiliza painéis solares e um sistema de reciclagem de águas para promover sustentabilidade.
O Grow Home, no Canadá, é um exemplo de moradia adaptável e sustentável. Esse projeto permite que as casas se ajustem às necessidades dos moradores ao longo do tempo. Inicialmente pequenas, as casas podem ser expandida vertical ou horizontalmente, proporcionando flexibilidade para atender a populações em crescimento ou mudanças familiares.
Esse conceito de moradia ajustável é uma solução inovadora, oferecendo acessibilidade e sustentabilidade para quem busca um lar que acompanhe as transformações da vida ao longo dos anos. A flexibilidade é essencial em um cenário onde as necessidades de habitação mudam constantemente.
No Brasil, a Laguna é uma empresa de destaque, especialmente no sul do país, por seus projetos sustentáveis. Um dos exemplos mais notáveis é o ALMÁA Cabral, que está se tornando o primeiro empreendimento no Brasil a conquistar a certificação GBC Condomínio Platina. Essa certificação não apenas promove a preservação ambiental, como também oferece economia significativa nos custos do condomínio, com energia solar fotovoltaica e carregadores para carros elétricos. Esse empreendimento é uma excelente amostra de como a sustentabilidade pode andar de mãos dadas com a praticidade e a inovação.
Outro projeto relevante é o Vivapark Porto Belo, o primeiro bairro-parque do Brasil. Localizado em Santa Catarina, esse bairro foi planejado para que os moradores realizem suas atividades diárias a pé, em contato com a natureza. O projeto é desenvolvido pela Vokkan, uma empresa especializada em ecossistemas inteligentes e sustentáveis, e foi idealizado pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados.
A crescente população 60+ também está influenciando as tendências de moradia. Hoje, surgem opções de condomínios e vilas privadas para idosos. Esses empreendimentos oferecem autonomia e conforto, atendendo a um público cada vez mais exigente.
Um exemplo relevante é o Cidade Madura, na Paraíba. Esse projeto visa atender pessoas de baixa renda, proporcionando um espaço totalmente adaptado às necessidades dos idosos, com barras de segurança, corredores amplos e infraestrutura acessível. A ideia é garantir autonomia, seja para viver sozinho ou com companheiros. Além disso, a interação social é estimulada por meio de atividades em parceria com universidades locais, promovendo aprendizado e qualidade de vida.
No entanto, a tendência também inclui condomínios privados como o Versania Senior Club, em Curitiba, que oferece todas as facilidades e comodidades para a população madura.
A conversa com Luciana Maia, da C&M, especializada em imóveis de alto padrão, trouxe algumas percepções sobre as tendências do mercado. Segundo ela, empreendimentos voltados para pets estão em alta, com opções de visitação e espaços pensados para a inclusão dos animais. Além disso, para minimizar o calor, são usados materiais como gesso acartonado e manta de vidro, que contribuem para o conforto térmico dos moradores.
Em relação à sustentabilidade, as novas construções estão mais atentas à eficiência energética. Um exemplo é o Summit, projeto da R Pontes, que utiliza casca de sururu como revestimento, reaproveitando materiais locais e reduzindo o impacto ambiental. Outro destaque é a integração com áreas verdes, uma tendência crescente que promove o design biofílico, criando laços entre os imóveis e a natureza.
O planejamento do setor também se destaca, com novos empreendimentos planejados para os litorais brasileiros. Estima-se que mais de 38 projetos serão realizados nos próximos anos, gerando novas necessidades para infraestrutura e mobilidade urbana.
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