Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que 1 bilhão de pessoas em todo o mundo têm algum tipo de deficiência, ou seja, quase 15% da população global. Já um relatório da Accenture mostra que as pessoas com deficiência ao redor do mundo possuem uma renda disponível de US $ 8 trilhões. Uma parcela significativa de consumidores, que está ganhando cada vez mais autonomia e espaço graças às políticas de inclusão e diversidade. Pensando nesse público, o setor do turismo está implementando inovações que incluem experiências sensoriais e reestruturação do ambiente.
O primeiro exemplo está relacionado ao transporte aéreo e nasceu de uma colaboração entre um estúdio de design e instituições voltadas à pessoa com deficiência e trata-se de um novo sistema flexível de assentos de avião, chamado Air 4 All, que se adapta para permitir que os usuários de cadeiras de rodas motorizadas permaneçam em sua própria cadeira durante o voo. Atualmente, quem é cadeirante precisa despachar sua cadeira de rodas e usar uma fornecida pelo aeroporto durante toda a locomoção entre voos. O mesmo estúdio de design, chamado PriestmanGoode, revelou projetos de interiores de trens acessíveis para a operadora canadense VIA Rail Canada.
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Os aeroportos estão também implementando ações para melhorar a acessibilidade. O Aeroporto de Changi, em Cingapura, por exemplo, lançou uma série de iniciativas para ajudar pessoas com deficiência a navegarem melhor pelo local, incluindo um guia visual passo a passo para pré-partida e a escolha de funcionários que foram treinados para identificar e apoiar os passageiros que possam precisar de assistência extra. Já o Aeroporto Internacional King Khalid, na Arábia Saudita, começou a oferecer notificações de voos em linguagem de sinais.
As acomodações também estão inovando para atender o público com deficiência. Desde o ano passado, o Airbnb está disponibilizando filtros de pesquisa de acessibilidade, permitindo que os hóspedes identifiquem acomodações e experiências que atendam às suas necessidades. Já a plataforma Wheel the World oferece pacotes turísticos personalizáveis para pessoas com deficiência e ainda disponibiliza um sistema de mapeamento de acessibilidade, que rastreia acomodações e listas experiências.
A Planet Abled é uma agência de turismo indiana que oferece aos usuários de cadeiras de rodas, deficientes visuais e auditivos, amputados e pessoas com deficiência intelectual e cognitiva a oportunidade de explorar ao máximo a Índia e o sudeste da Ásia. E a missão sem fins lucrativos AstroAccess está trabalhando para enviar um astronauta com deficiência ao espaço.
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Em relação a experiências, também tem inovações focadas nas pessoas com deficiência. É o caso da rota dos pássaros, um passeio realizado na zona rural de Cali, na Colômbia, pela Associação River Cali, em que visitantes cegos participam de uma rota sensorial que permite uma conexão com a natureza por meio do canto dos pássaros. Além disso, o turista aprende a identificar o som dos diferentes tipos de aves que vivem na área.
Foto: site Euronews
Uma outra iniciativa, também para pessoas cegas, vem dos museus que estão utilizando a impressora 3D para imprimirem pinturas para que os visitantes possam apreciar a arte através do tato. Alguns exemplos que já utilizaram a tecnologia em suas exposições são o Museu Manacor, que possui coleções arqueológicas, etnográficas e industriais e disponibilizou 12 objetos impressos em 3D para o toque; e o Museu do Prado, que trouxe o projeto “Tocando o Prado“, que que imprimiu pinturas do acervo em 3D para que pessoas com deficiência visual pudessem tocar. Os dois museus ficam na Espanha.
Pinturas impressas em 3D para pessoas cegas
Em Maceió, tem jangada acessível para que cadeirantes possam visitar as piscinas naturais e vez por outra, a prefeitura promove o projeto Praia Acessível, que é uma série de atividades esportivas na orla de Pajuçara destinadas às pessoas com deficiência.
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