fbpx Skip to main content

The SHEcovery: A volta das mulheres ao mercado de trabalho

By 9 de março de 2022março 24th, 2022Blog, Tendência

Durante a pandemia do Covid-19, segundo o estudo “Sem Parar – O trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, 50% das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém durante o isolamento, tendo o ritmo de trabalho doméstico intensificado. Outro dado interessante é que, de acordo com o relatório da McKinsey and Company e LeanIn.Org, uma em cada quatro mulheres pensou em reduzir suas carreiras ou deixar seus empregos por completo devido à falta de assistência nesse período. Esses dados são bons indicadores do impacto da pandemia na economia, além de refletirem bem como acontecem as dinâmicas sociais e os recortes de gênero da nossa sociedade e, consequentemente, no mercado de trabalho.

Veja também: FemTechs: tecnologia de saúde e bem-estar para mulheres

E para que todos entendam, essa movimentação das mulheres durante a pandemia saindo de seus empregos para assumir integralmente os cuidados com os filhos, parentes e vizinhos, além dos trabalhos domésticos, ficou conhecida como “Shecession”, uma combinação das palavras “ela” e “recessão” em inglês. Enquanto a recuperação desse movimento, que é recente, passou a ser chamado de “Shecovery”. E, como forma de acompanhar tais mudanças, alguns setores inovaram ao sugerir diferentes maneiras de lidar com essa nova dinâmica. Vamos conhecer alguns exemplos!

Shecovery e o terceiro setor

O primeiro exemplo é o programa “She-Covery Response” desenvolvido pelo The Mennonite New Life Centre, que é uma agência facilitadora de serviços e solidariedade com refugiados e imigrantes fundada em Toronto, no Canadá. O programa oferece serviços que são projetados para ajudar mulheres desempregadas e subempregadas a desenvolver as habilidades e a confiança para fazer a transição para novas oportunidades de carreira E isso acontece através de cursos, apoio à saúde mental e direcionamento para as vagas de trabalho.

Outra iniciativa interessante partiu da Chicago Foundation for Women, uma organização sem fins lucrativos que se concentra na criação de oportunidades e recursos para mulheres na região de Chicago. Então, eles se desenvolveram o SHECovery, um roteiro que foi construído para criar sistemas que apoiem as mulheres, tendo como prioridades a volta delas ao mercado de trabalho, soluções para lidar com altos níveis de insegurança habitacional, o cuidado com os cuidadores e a exigência por sistemas de saúde antirracistas.

 

Shecovery nas empresas

Já a marca de beleza que pertence a gigante global Walgreens, chamada Nº 7, lançou o  Unstoppable Together,  uma campanha que visa ajudar as mulheres a desafiar os estereótipos e permitir que alcancem todo o seu potencial profissional. O objetivo é fornecer inspiração, recursos e dicas práticas para ajudá-las a se reinserir no mercado de trabalho. Entre as ações, o movimento realiza eventos on-line gratuitos para trabalhar os impactos da pandemia no mercado de trabalho feminino. 

Site da marca Nº 7

Um outro exemplo é a construtora britânica Multiplex, que adotou um novo programa de trabalho flexível visando aumentar o número e a influência de mulheres trabalhando no Reino Unido. O programa chamado Multiplex Flex oferece opções flexíveis para a jornada de trabalho, e as opções incluem horário flexível, finalização antecipada da sexta-feira, folga no fim de semana em substituição, horas compactadas, teletrabalho e semanas de quatro dias. Em paralelo a empresa também implementou uma Rede de Mulheres interna, com foco em ofertar um espaço onde as mulheres tenham a liberdade e as oportunidades de que precisam para ter sucesso. 

A ação mais comum focada no “Shecovery” adotada por grandes empresas como Spotify, Facebook e American Express é a possibilidade de carga horária flexível para que as mulheres consigam equilibrar melhor a rotina pessoal e profissional. O modelo tem seus méritos, mas recebe críticas porque pode reforçar o estereótipo de que cabe apenas a elas a responsabilidade pela casa e pelos filhos.  

Veja também: Sextechs: o crescimento de negócios ligados ao bem-estar sexual

Aqui no Brasil, a ONU Mulheres fez um levantamento e formulou uma cartilha sobre os efeitos da pandemia nos empreendimentos geridos por mulheres, e, a partir desse material, os diferentes setores podem pensar formas práticas de ajudar nessa retomada. Outra iniciativa interessante partiu do Banco BV, que lançou o programa  “Lugar de Mãe é no BV”, oferecendo a oportunidade para as mulheres retomarem suas carreiras com condições de equilibrar a jornada profissional e pessoal. 

Educação empreendedora para mulheres

Vale também ressaltar a importância de movimentos como o Wakanda Educação Empreendedora, que foi um importante diferencial para mulheres que optaram por empreender ao longo da pandemia por necessidade. O projeto tem como foco ajudar pessoas a reagir às transições do mercado para gerarem ou manterem suas rendas, traduzindo conteúdos do empreendedorismo tradicional para a linguagem informal e oferecendo experiências no formato de imersões práticas.

Fale com a Mescla

Para saber como a Mescla pode te ajudar, entre em contato através do nosso Whatsapp clicando aqui.  E se quiser receber a nossa mistura mensal de tendências e inovação, é só assinar a news.