A pandemia obrigou, em escala global, a realização do ensino à distância. A educação e a necessidade de realmente pensar formas eficientes de adaptação ao novo contexto, tanto para os alunos quanto para os profissionais, ganharam foco. Um dos temas abordados ao longo desse período foi o Blended Learning, ou ensino híbrido.
O ensino híbrido mistura aulas on-line e presenciais, intercalando conteúdos que se complementam, com o objetivo de promover uma reorganização do tempo e do espaço da aula. Existem pelo menos 12 formatos de ensino híbrido com características próprias e estima-se que ele reduza entre 20% e 30% os custos da educação, segundo dados da consultoria Goldman Sachs.
As metodologias de educação híbrida são inovadoras e por isso, sua implementação exige planejamento, inclusive com a redefinição dos papéis do professor e do estudante, promovendo maiores autonomia e engajamento, fundamentais para a evolução intelectual e maior aproveitamento de conteúdo.
O primeiro modelo a destacar é o Flipped Classroom, ou sala de aula invertida, onde, como o nome já diz, a lógica é realmente inverter a ordem, ou seja, o conteúdo é visto em casa em aulas on-line e as tarefas são feitas em sala de aula com os professores. Como exemplo de escolas de ensino infantil e médio que adotaram esta metodologia com sucesso estão as americanas Clintondale High School e Bullis Academics. Mas em todo mundo existem iniciativas e no Brasil algumas disciplinas de ensino superior já implantaram o modelo.
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Mais um modelo é o Flex, onde a aprendizagem on-line é a principal forma de estudo, com eventuais tarefas off-line. O cronograma de aulas é altamente personalizado e fluido, onde há autonomia do aluno de escolher o que quer aprender, mas claro, dentro das opções disponibilizadas pelo professor. As aulas acontecem na escola física, exceto pelas tarefas de casa, e o professor dá apoio presencial de forma flexível. Um exemplo de aplicação desse modelo é a rede de escola americana FlexTech High Schools.
Um outro modelo é o de rotação por estações, que possui estações separadas com funções diferentes e os alunos são divididos em pequenos grupos que vão rotacionando entre elas, ou seja, um grupo assiste aula on-line, o outro vai para o laboratório praticar experiências e um o outro vai tirar dúvidas com o professor, o outro para uma atividade mais lúdica e ao longo do dia vão girando entre essas estações com disciplinas ou atividades pré-determinadas. Nos Estados Unidos, a escola McGraw Hill utiliza esse modelo no ensino infantil. Já no Brasil, na comunidade da Rocinha, Rio de Janeiro, o projeto Gente – Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais trabalha com estudantes do 7º ao 9º ano sem a divisão clássica de turmas, que se reúnem em times e rotacionam entre as estações de ensino.
É importante ressaltar que fazer uma aula online não é apenas digitalizar o formato de aula física, até porque a efetividade do modelo atual já tem sido questionada. Mas desenvolver um método online interativo que considere bastante a experiência dos usuários (que são os alunos, os professores, e mais indiretamente a escola e os pais).
Esse assunto faz parte do estudo Alagoas para o futuro, que a Mescla desenvolveu colaborativamente e disponibilizou de forma gratuita para download no site www.alagoasparaofuturo.com.br. Faça o download gratuito!