A revolução digital e o surgimento de novas tecnologias estão mudando não só as relações de trabalho, como também as características necessárias aos profissionais que o mercado vai absorver. A colaboração homem-máquina vai ser cada vez mais comum, por isso é fundamental que todos estejam atentos ao desenvolvimento de características cada vez mais humanas, as chamadas soft skills. Além disso, tem a diversificação, a flexibilização e a “deslugarização” das formas de trabalho.
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O Fórum Econômico Mundial estima que mais de 1 bilhão de empregos devem ser impactados pelas novas tecnologias na próxima década. Um desses impactos é no modelo de emprego formal, que cada vez mais deve dar lugar à economia sob demanda ou GIG Economy. De forma simples, a economia GIG engloba demandas de atividades múltiplas, flexíveis, temporárias e seus serviços agregados. Neste caso, podemos destacar como inovação a plataforma Umbrella, que é destinada a conectar aposentados que precisam de pequenos serviços de casa e querem uma renda extra. As pessoas com mais de 60 podem vender suas habilidades, que incluem desde jardinagem até a montagem de um móvel, por exemplo. O serviço é pago por hora e não necessariamente tem a ver com a área de formação da pessoa, mas sim com habilidade que ela tenha com algo do dia a dia. Um outro exemplo é a plataforma americana Wag, que conecta donos de cachorros com pessoas que têm horas ou minutos disponíveis para passear com os pets. É só se cadastrar e marcar o passeio do seu cachorro!
Além das novas formas de se relacionar com o trabalho, o futuro dele também passa pelo maior desenvolvimento de habilidades humanas. As chamadas soft skills precisam mais que nunca serem priorizadas, porque são elas que vão fazer diferença em tempos incertos, ambíguos e complexos que vivemos. Entre as principais características humanas que é preciso focar estão a curiosidade, a imaginação, a criatividade, a empatia e a coragem. De acordo com especialistas, são elas que vão ajudar a identificar oportunidades invisíveis e a lidar com problemas inesperados ou fora do padrão.
Há inovações nessa área também, como cursos e treinamentos focados no desenvolvimento das soft skills e suas capacidades associadas como pensamento crítico, pensamento analítico, sensemaking, inteligência emocional e social. Neste contexto destaca-se a The School of Life, uma organização criada em Londres e que hoje atua em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, com a proposta de desenvolver inteligência emocional e explorar as questões como trabalho, amor, sociedade, família, cultura e autoconhecimento.
O último ponto a ser abordado é a chamada “deslugarização” dos trabalhos. Com ela surge um outro tipo de profissional, que são os nômades digitais. Pessoas que trabalham remotamente de qualquer lugar do mundo. Alguns lugares viraram o sonho de consumo destes profissionais, como por exemplo a cidade tailandesa Chiang Mai, que tem uma comunidade de nômades digitais engajada devido ao baixo custo de vida, belezas naturais e cultura. Será que Alagoas não poderia se tornar um desses centros para receber esses profissionais também? Será que não valeria a pena desenvolver estratégias de atração de nômades digitais? Fica as provocações.
Para mais exemplos de inovações aplicadas confira o estudo “Alagoas para o futuro”. Ele é gratuito e está disponível para download no site alagoasparaofuturo.com.br.