Em todos os setores da sociedade é possível ver as inovações trazendo facilidades e uma nova experiência para os usuários. No varejo isso não é diferente. Imagine você ter a possibilidade de testar o casaco nas reais condições climática antes de comprá-lo. Isso é uma realidade em uma loja de Toronto. A marca de jaquetas “Canadá Goose” montou, no final do ano passado, um espaço com esta proposta. A experiência chama “Journey – onde neva todos os dias” permite que os clientes experimentem as jaquetas em um ambiente ártico imersivo, para provar que elas valem o preço de aproximadamente mil dólares. Os compradores primeiro vestem uma das peças Canada Goose e entram na experiência através de uma “fenda”. No piso, ao caminhar ele tem a sensação de gelo rachando, com som e tudo! Já as paredes parecem rochas e o ambiente tem uma luz mais baixa que parece uma caverna. Ao passar por esta área, é a vez de entrar em uma sala com neve de verdade e uma temperatura de cerca de -12 graus Celsius. Nas paredes há exibição de filmes originais sobre a natureza. Depois de viver tudo isso, o cliente é levado para um outro local onde decide se quer ou não comprar uma jaqueta, que estão sendo vendidas em totens digitais. Caso compre, o pedido é entregue em no máximo 24 horas.
Assim como este exemplo, outras marcas de varejo estão investindo pesado em espaços que proporcionem experiências aos consumidores. Essa é uma nova estratégia das lojas que já perceberam que, com o acesso à tecnologia e o boom das compras virtuais, o consumidor passou a não querer mais ir nas lojas físicas e por isso busca alternativas inovadoras para trazer estes consumidores de volta aos estabelecimentos.
As lojas conceitos foram os primeiros movimentos no sentido de levar uma experiência diferente ao consumidor, porém, o varejo de experiência, que é como esta tendência está sendo chamada, é uma imersão, onde a marca cria empatia, emoção e conexão direta com seus clientes. Algumas marcas mundialmente conhecidas também estão apostando nesta modalidade, como é o caso das marcas esportivas Puma e Nike. A Puma, abriu sua loja no segundo semestre do ano passado. Um local que traz a experiência imersiva que possibilita dirigir um carro de Fórmula 1 pela ruas de Nova York, e a possibilidade de customizar produtos da marca em uma oficina montada na própria loja. Já a Nike lançou a “house of innovation” um ano antes. A loja surgiu com a proposta de mostrar como tem que ser as compras no varejo a partir de agora. O local é totalmente integrado com o mundo digital, ou seja, você encontra o produto e com o aplicativo da marca no celular pode verificar as cores, tamanhos e modelos similares que estão disponíveis e ainda, se quiser, pode colocar na sacola virtual e quando quiser, ir ao provador, que já vai ter o nome na porta e os produtos escolhidos lá dentro para serem provados e até fotografados, já que os executivos da marca dizem que o local tem a luz perfeita para uma selfie. Além disso, tem também uma oficina que faz tênis extremamente personalizados. O consumidor pode escolher o tecido, o estilo do solado, se quer colocar alguma gravura e até como quer a logomarca da Nike no calçado.
Trazendo isso para o mercado nacional, em São Paulo, a Nestlé inaugurou a primeira loja da América Latina do Kitkat, que traz o varejo de experiência. Na “Kitkat Chocolatory” o consumidor pode criar o chocolate, do jeito que ele quiser, ter acesso a sabores exclusivos e ainda pode imprimir uma imagem na barra do kitkat, tudo isso num espaço totalmente instagramável para que possibilite vários clicks.
É a nova face do varejo que está se reinventando para sobreviver. Será que os varejistas brasileiros estão se preparando para proporcionar experiências diferenciadas aos seus consumidores?